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Ao custo de quase R$ 47 milhões, o consórcio Planserv-Sondotécnica VLT Cuiabá, contratado para gerenciar as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), em Cuiabá, não previu os erros de cálculo que culminaram na interdição do Viaduto Jamil Boutros Nadaf (Viaduto da Sefaz). Isso porque o escopo do contrato não previa a análise da elaboração dos projetos, mas pura e simplesmente o gerenciamento do andamento da obra.
O erro no projeto da obra foi revelado pelo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e relator das contas da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), Antonio Joaquim, que em seguida determinou o ‘escoramento’ da obra. Além do Planserv, outras duas gerenciadoras atuam nas frentes de trabalhos das obras do Mundial de 2014, a Exímia Engenharia e Consultoria LTDA e Maia Melo Engenharia LTDA.
De acordo com o titular da Secopa, Maurício Guimarães, a Planserv não poderia descobrir o erro, porque ele ocorreu não na execução, mas sim no projeto. Ele ainda esclareceu que a Planserv acompanha se tudo que está no projeto corresponde ao que está sendo executado. “Se a quantidade de aço que está no projeto é a quantidade que está lá, se as estacas foram feitas de acordo, entre outras coisas”, cita.
Questionado sobre a impossibilidade de a Planserv identificar as falhas do projeto, o secretário reforçou que isso não era a competência do consórcio. “Não sei se era impossível, mas ela não tinha o papel de fazer auditoria no projeto, mas sim acompanhar a execução do que foi projetado”, frisou.
O contrato de quase 47 milhões é pago mensalmente, mediante a apresentação de relatórios entregues pelo consórcio à Secopa. Porém, nos últimos três meses a secretaria não executou os pagamentos das medições. Somente nesta sexta-feira (05), os valores foram liquidados. Uma soma de aproximadamente R$ 5 milhões.
Sobre uma possível suspensão dos trabalhos devido à falta de pagamentos, Maurício garantiu que eles continuaram e descartou a possibilidade de qualquer rompimento com o consórcio. “Não existe possibilidade de romper o contrato. O gerenciamento é obrigatório em todas as obras”, asseverou. O prazo de vigência do contrato com a Planserv é de 27 meses, com previsão de vencimento em abril de 2015.