A comercialização de medicamentos falsificados é um problema sério que ocorre no Brasil e no mundo e pode colocar a saúde em risco. Um dos exemplos clássicos de falsificação é o da famosa pílula azul — indicada para o tratamento da disfunção erétil. O urologista Geraldo Faria, do departamento de Andrologia da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), explica que a presença de substâncias tóxicas, como chumbo e tinta de impressora, pode causar problemas neurológicos sérios.
— Se o paciente usar o medicamento falso de forma constante e contínua, pode desenvolver crises convulsivas, alterações de memória, humor e atenção, dificuldade para movimentar os membros e até problemas no fígado.
Para inibir a pirataria, a indústria farmacêutica Pfizer, que produz o remédio cujo princípio-ativo é o citrato de sildenafil, lançou nesta semana um site — que por enquanto só atende os consumidores americanos — para vender o comprimido, como receita médica, diretamente ao paciente. De acordo com a empresa, o Viagra é a droga mais falsificada nos Estados Unidos.
O urologista da SBU alerta que os produtos clandestinos não incluem a dosagem certa do princípio-ativo e são produzidas em laboratórios sem nenhum controle de segurança e qualidade, facilitando a contaminação por substâncias tóxicas.
— Se a dosagem do princípio-ativo é mais baixa do que o indicado para o paciente, o remédio não vai funcionar. Além disso, pode haver superdosagem, o que potencializa o aparecimento de efeitos colaterais, como dor de cabeça, tontura e aumento da pressão arterial.
Para se certificar de que o medicamento é original, Faria orienta observar os itens de segurança na embalagem do produto. Ele também avisa que o consumidor deve desconfiar de grandes descontos em lojas online.
— Caso o consumidor seja enganada, o remédio não fará o efeito esperado. Nesta situação, é importante procurar o especialista. Além disso, vale destacar que o Viagra não deve ser usado sem orientação médica. Infelizmente, boa parte dos pacientes compra o remédio sem receita.