Tricampeão do planeta, o alemão Sebastian Vettel, da Red Bull, ampliou ainda mais a sua folga na tabela de qualificação de 2013 ao ganhar, praticamente sem dificuldades, o GP de Sakhir, 5.412 metros de extensão, no Bahrein, Golfo Pérsico.
Foi o vigésimo-oitavo triunfo na carreira de Vettel, que suplantou o grande escocês Jackie Stewart, 27, mago da F1 nas décadas de 60 e 70.
O alemão subiu aos 77 pontos, dez de vantagem sobre o finlandês Kimi Raikkonen, segundo na corrida deste domingo e segundo na tabela geral.
De novo, mais do que o talento e a habilidade dos pilotos, os seus pés no acelerador ou no freio, os seus braços pregados ao volante e aos controles computadorizados, mais do que a potência dos motores ou a aerodinâmica das carenagens, foram os pneus e a estratégia em relação às suas mudanmças que decidiram o andamento e a classificação final da prova.
Semelhantemente ao que havia acontecido, uma semana atrás, na China.
Quem se limitasse a apenas duas mudanças levaria uma enorme vantagem sobre os rivais. Caso, por exemplo, de Kimi Raikkonen.
Ironia: os carros que iniciaram a disputa com pneus médios, nove dos dez primeiros no grid, deveriam fazer a primeira troca entre as voltas quinze e dezessete. Felipe Massa havia optado pelos duros, troca mais tarde.
Só que emperrou, aberta, a asa móvel do aerofólio traseiro da Ferrari de Fernando Alonso, aquela que serve para facilitar as ultrapassagens, no Barhein, em dois pontos específicos ao final de duas das suas quatro retas.
E o espanhol se obrigou a fazer o seu pit stop inaugural no giro oito. Claro, aproveitou para colocar os pneus médios. De todo modo, a asa móvel emperrou novamente. Outropit sofrido. Os mecânicos tentaram solucionar o drama à moda antiga: taponas na asa móvel.
Pior, para a escuderia rossa, Massa também se atrapalhou. No décimo-oitavo giro, um furo esfacelou um dos seus pneus duros, o direito de trás. Mais um atraso seguramente irrecuperável.
Enquanto isso, o pole position Niko Rosberg, da Mercedes, paulatinamente perdia ritmo e, em contrapartida, cresciam o tricampeão Vettel e o seu companheiro Mark Webber. Rosberg terminaria a prova em nono lugar.
Por via das dúvidas, A Ferrari determinou a Alonso que desistisse da asa móvel. Sem o artifício, porém, o espanhol cancelou as melhores chances das ultrapassagens nas retas. E se compeliu a um terceiro pit stop. Jornada negra para as clássicas máquinas vermelhas.
Impactantemente, se comportava de maneira excelente o escocês Paul Di Resta, da Force India, que tinha adotado a estratégia de atrasar ao máximo cada troca. Faria apenas duas. Massa, do outro lado da ponte entre a sorte e o azar, inexoravelmente arruinava a sua tática: como Alonso, terceiro pit no giro 28, metade da corrida. Di Resta brilharia com a quarta colocação. Massa amargaria uma paupérrima décima-quinta.
O mexicano Sérgio Perez, da McLaren, parecia enlouquecido. Chegou a tocar o seu bico na traseira de Jenson Button – o seu companheiro de time. Pelo rádio, Button pediu aos coordenadores da escuderia que contivessem a fúria do mexicano. Caso contrário, ambos seriam prejudicados.
Restou a Button antecipar o seu terceiro pit – só assim escaparia das investidas do amigo impertinente. Não deu certo. Durante a troca, Perez acabaria por ganhar a posição.
Sempre traumatizado pela sua roda de trás, Massa se despediu do sonho do pódio com um quarto pit. E Alonso se contentou em brigar por uma simples colocação no pelotão intermediário. Também, lastimavelmente, acumularia a sua quarta parada. Uma situação patética, fatal para a Ferrari.
Alonso amargaria o oitavo posto.
Tranquilíssimo à frente o impecável Vettel, na Lotus-Renault a alegria transbordava. No final da corrida, Grosjean protagonizaria uma bela briga com Di Resta pelo terceiro lugar. Grosjean com pneus médios, Di Resta com pneus duros. Graças à asa móvel, Grosjean prevaleceu.
Outras brigas, perigosíssimas, com direito a quase encostões nos pneus. mobilizaram, pelo quinto lugar. Webber e o claudicante ex-campeão Louis Hamilton, da Mercedes; pelo sétimo, Perez e Alonso. No seu GP de número duzentos, Webber cedeu a sua posição a Hamilton no giro derradeiro. E também sucumbiu a Perez.
Curiosidade: não aconteceu o tradicional estouro de champanhe na cerimônia de premiação. Por razões de crença religiosa, o Bahrein faz a sua festa com a Waard, uma beberagem à base de água de rosas.
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