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Dois deputados estaduais de Mato Grosso, Valtenir Pereira (PMDB) e Nilson Leitão (PSDB) que fazem parte da Comissão Especial do impeachment, tiveram votos divergentes para iniciar o processo que pode tirar Dilma Rousseff (PT) da presidência do país.
Valtenir ao votar contra o impeachment alega não haver embasamento jurídico necessário para configurar o crime de responsabilidade. “Um presidente não pode ser deposto, p.ex., porque o país vai mal economicamente. Porque não tem bom relacionamento com o Congresso Nacional. Porque perdeu popularidade. A legitimação derivou das urnas. Só as urnas podem tirá-lo”, escreveu o parlamentar, considerando o ato um ‘golpe’.
Ele avalia que “essa ladainha de que o impeachment é um processo ‘político’ não se sustenta. Ele é um processo. Ponto! E, como tal, deve obediência estrita aos princípios do contraditório e da ampla defesa e precisa de justa causa”, defendeu.
Já Nilson Leitão comemorou o início do processo que pode cassar o mandato presidencial. O tucano lembrou que desde fevereiro de 2015 vem pedindo a queda de Dilma Rousseff. “Hoje podemos comemorar, graças aos movimentos que cresceram, o povo cobrando. Vamos tirar o Brasil desta crise”, disparou o parlamentar.
Leitão criticou a tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de agir por ‘debaixo dos panos’ e tentar comprar deputados em um quarto de hotel. “Vencemos a máquina e o Lula que tentou comprar votos em um quarto de um hotel. Agora iremos fazer um Brasil diferente”, comemorou o tucano.
Na comissão o PSDB, que é o maior rival do PT, votou em ‘peso’ a favor do processo de cassação. Já no PMDB, o líder do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ) deixou que os deputados votassem por vontade própria.
Foram 38 votos favoráveis ao impeachment e 27 contrários. Não houve abstenção. O relator Jovair Arantes (PTB-GO) deu parecer favorável ao impedimento da presidente Dilma.