O medo de perder o emprego já assusta 1 em cada 5 trabalhadores. Entre setembro e dezembro, cresceu a parcela das pessoas que tem muito medo ficar sem trabalho, como mostra uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgada nesta terça-feira (13).
O grupo que mais aumentou é o dos mais pessimistas, as pessoas que dizem estar com muito medo do desemprego. Eles eram 12,8% do total, em setembro, ou pouco mais de 1 em cada 10. Agora somam 19,2%.
Entre os que têm pouco medo do desemprego, eles eram 3 em cada 10 e agora são 1 em cada 4 – o indicador recuou de 30,2% para 23,1% no período.
Sendo assim, considerando todos os trabalhadores que tem pouco ou muito medo de ficar sem trabalho, eles são 42,3% do total. Esse percentual estava em 43% no trimestre passado.
Os que responderam estar sem medo do desemprego aumentou de 57% em setembro para 57,7% em dezembro. Isso significa que mais da metade dos trabalhadores ainda está otimista e esse número é positivo.
Mas a pesquisa mostrou que o indicador que avalia a desconfiança do trabalhador passou de 78,7 pontos, no terceiro trimestre, para 81,6 pontos.
O número gira em torno de cem pontos, e quanto mais alto, maior é o medo das pessoas de perder o emprego. Se for maior do que cem, há muito pessimismo; números abaixo disso indicam otimismo. A boa notícia é que ainda há otimismo no mercado de trabalho.
A CNI diz que o índice ainda está próximo do piso histórico registrado em setembro. Para Marcelo Azevedo, economista da entidade, há previsão de que esse indicador cresça só por causa da crise e porque os níveis estavam nos menores já vistos.
– O brasileiro continua seguro de que o desemprego não irá afetá-lo nem a sua família. Mas se o cenário econômico mundial adverso permanecer, a tendência é de que o medo do desemprego continue a aumentar nos próximos meses.
O estudo ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios entre 2 e 5 de dezembro. A próxima pesquisa sai em março.