Após reuniões e opiniões controversas em relação ao tema, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aprovou, nesta semana, a destinação de 50% das vagas de graduação já existentes para estudantes de escolas públicas.
No total, foram 32 votos a favor, nove contra e quatro abstenções dos participantes do conselho, órgão máximo para assuntos pedagógicos da instituição.
Destes 50%, 20% serão para estudantes negros e os outros 30% para estudantes não negros. Caso a cota para estudantes negros não seja alcançada, automaticamente, ela passa a valer para estudantes de escolas públicas, de forma geral.
Se o número continuar a não ser alcançado, as vagas serão destinadas para estudantes em geral.
A decisão passa a valer no vestibular de 2012 e permanecerá por 10 anos.
O objetivo da UFMT é que, após este período, avaliações a respeito da aprovação das cotas sejam realizadas. Caso sejam observadas como positivas, o sistema poderá ser mantido.
Atualmente, a instituição federal possui 5.128 vagas em todo o Estado, que estão divididos nos campi de Cuiabá, Rondonópolis, Barra do Garças e Sinop.
Apesar da aprovação, as opiniões controversas quanto à nova forma de divisão do vestibular levaram em conta a questão das sobrevagas, projeto de 2003, aprovado pela própria UFMT, que seria a criação de novas vagas na instituição.
"Mais ou menos dez mil alunos deixaram de ingressar na universidade em oito anos de omissão da UFMT. Primeiro a gente teria que sanar esses problemas, essas pendências, para depois escolher uma outra política afirmativa", afirmou, em entrevista, o autor da proposta de sobrevagas, Flávio Nascimento.
Apesar da aprovação de 50% das cotas para estudantes da rede pública, a resolução de 2003 sobre as sobrevagas deve ser discutida pela UFMT, ainda neste ano.