TV RECORD CUIABÁ Debate é a chance de candidatos esclarecerem baixarias

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A Gazeta


Após uma semana em que a campanha eleitoral abriu espaço para ataques pessoais mútuos, os candidatos ao cargos de governador neste pleito se enfrentarão frente a frente no debate que será realizado pela TV Record nesta segunda-feira (25), a partir das 11h. A expectativa de cientistas políticos é que o encontro se transforme em uma oportunidade para que os postulantes, além de mostrarem suas propostas, esclareçam as rusgas que vieram à tona nos últimos dias.

Alfredo da Mota Menezes, avalia que estabelecer um limite para o confronto é necessário, mas diz concordar com uma linha mais “livre” para o enfrentamento. “A televisão, em geral, não deixa que os candidtos se ataquem. Eu, pessoalmente, acho que esse confronto deveria acontecer, como já ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos”. Já João Edison de Souza afirma que preferiria um embate mantido no campo das ideias, mas não acredita que questões pessoais fiquem totalmente de fora dos questionamentos.

Segundo o presidente do Grupo Gazeta de Comunicação, Dorileo Leal, a proposta de regras mais flexíveis que se aplica aos debates da TV Record visa contribuir para que o eleitor conheça melhor os candidatos. “Nosso debate é bastante diferente dos demais, porque é mais aberto. Expõe mais os concorrentes, o que eu acho ser uma ótima oportunidade para as pessoas avaliarem realmente os candidatos, desde o equilíbrio emocional, até a discussão de ideias”, explica.

Os três principais postulantes ao comando do Palácio Paiaguás, no entanto, sustentam que buscarão manter o
confronto focado apenas nas propostas. O senador Pedro Taques (PDT), candidato da coligação Coragem e Atitude para Mudar, acredita que a população já está “cansada da baixaria, portanto, vamos continuar usando todos os espaços que nos forem oferecidos para mostrar nossos compromissos”, diz.

Lúdio Cabral (PT), da coligação Amor à Nossa Gente, adianta pretender seguir a mesma linha, aproveitando a
oportunidade para detalhar melhor suas propostas, já apresentadas no programa eleitoral gratuito. “Nossa
expectativa é boa por se tratar do primeiro debate.

Acreditamos que a campanha deve ganhar ainda mais força a partir dele”, avalia. Disputando pela coligação Viva Mato Grosso, o deputado estadual José Riva (PSD), por sua vez, afirma estar preparado para qualquer tipo de embate, ressaltando também esperar que o confronto se mantenha voltado às propostas de cada
um. “É difícil prever o que vai acontecer em um debate. Se sair desse campo, vamos procurar, pelo menos, ter respeito com a sociedade, que merece ouvir perspectivas boas de futuro que cada candidato tem para eles”. 

João Edison, todavia, acredita que o embate será mais pessoal. Apesar de nos últimos dias o confronto ter se
concentrado entre Taques e Riva, para ele, a tendência é que não só o deputado, mas também Lúdio Cabral voltem suas atenções para o senador.

Entre os motivos, segundo João Edison, estaria o fato de Riva e Lúdio aparecerem empatados em segundo lugar na última pesquisa do Instituto Gazeta Dados, enquanto Taques liderou o levantamento sobre as intenções de votos dos mato-grossenses. “É natural que quem está na frente se torne um alvo dos demais”.

O cientista político lembra ainda das declarações do candidato social-democrata sobre instituições como a Justiça Eleitoral e o Ministério Público que, segundo Riva, sofreriam com a suposta influência de Taques. “Os candidatos parecem ter perdido o medo dos Poderes, então acho que é possível haver críticas também a estes órgãos”, avalia. O debate da TV Record contará com perguntas iguais para todos os candidatos, a presença de jornalistas de veículos de comunicação da Capital, que também poderão fazer questionamentos, e um bloco dedicado a perguntas feitas pelos próprios postulantes aos seus adversários.

A possibilidade de os candidatos serem surpreendidos pelos concorrentes é o que, na opinião de Dorileo Leal, torna o confronto importante. “É algo bastante diferente do programa eleitoral, que é uma coisa produzida, onde o candidato está sob avaliação de pesquisas e orientação de marqueteiros. No debate, eles são despidos de todas essas artimanhas.

Sempre são surpreendidos com respostas, com perguntas. O debate, para mim, é talvez a aparição mais importante do candidato para o eleitor, porque dá todas as ferramentas para as pessoas escolherem bem. Elas vão poder analisar seu candidato pelo equilíbrio emocional, se ele é alguém que consegue lidar com uma situação adversa para, quem sabe, ter o equilíbrio para governar. As pessoas vão conhecer de forma expontânea e até surpreendente o que o candidato pensa, o que ele propoem”. 

Horário – Além do formato mais “livre” do confronto, Alfredo da Mota Menezes destaca o horário de transmissão do debate. Para ele, o início às 11h da manhã possibilitará que mais pessoas tenham acesso às propostas dos candidatos. “Ser transmitido na hora do almoço é bem mais interessante. Depois da novela, tarde da noite, o trabalhador não assiste, porque tem que acordar cedo para dia seguinte”, avalia.

Dorileo lembra que o horário alternativo para o debate já foi usado na eleição municipal passada, em 2012, e deu resultados positivos. “Pega um público que está em horário do almoço, em  ou mesmo no local de trabalho. Hoje, na grande maioria dos refeitórios há televisão. As pessoas que estão trabalhando no comércio, onde também sempre tem uma televisão, assistem. Descobrimos um público que não estava habituado a assistir ao debate noturno, que é transmitido muito tarde”, explica.


Tradição – Há 20 anos, o Grupo Gazeta de Comunicação realiza debates entre os candidatos, não apenas
ao governo do Estado, mas ao Senado Federal. Uma tradição que, conforme Dorileo Leal, representa, acima de tudo, um compromisso com o cidadão na hora da escolha dos candidatos.

“As pessoas estão escolhendo quem vai governar por mais quatro anos. Isso vai interferir diretamente nas vidas delas, no seu dia a dia. Contribuir para que esta seja uma boa escolha, acho que deve ser a missão de todo veículo de comunicação”.

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