Diante do clima de tensão e insegurança que tomou conta do município de Pontes e Lacerda (448 km a oeste de Cuiabá) por causa do garimpo da Serra da Borda que voltou a ser invadido por grileiros em busca de ouro e criminosos, a Secretaria Estadual de Segurança (Sesp) enviou para a região um efetivo de 32 policiais militares e civis das unidades especializadas do GOE, Garra, Rotam, Força Tática e Bope.
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Eles começaram a deslocar para o Município nesta quinta-feira (5) para reforçar a segurança na região. O secretário estadual de Segurança Pública, Rogers Jarbas também pretende ir para Brasília nos próximos dias solicitar junto aos ministérios da Justiça e Defesa o apoio da Força Nacional e do Exército para a retirada dos criminosos que invadiram a Serra da Borda em busca da extração de ouro.
Nessa semana, imagens e um vídeo que circularam pelo aplicativo WhatsApp e foram publicadas em sites de notícias mostraram um grupo de policiais sendo encurralados por invasores fortemente armados. Os policiais ao se aproximarem da serra onde está o garimpo foram recebidos a tiros pelos criminosos. Pelas imagens é possível ver militares e civis se protegendo atrás das viaturas que foram usadas como escudos. O confronto ocorreu no dia 30 de dezembro de 2016 durante o resgate de vigilantes da mineradora Santa Elina que foram rendidos pelos criminosos.
Conforme Jarbas, o envio da força policial para Pontes e Lacerda não tem o intuito de promover a desocupação da área de garimpo, mas garantir a segurança na cidade. A informação foi repassada nesta quinta-feira durante reunião com representantes da Polícia Militar, Detran, Politec, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.
As investigações preliminares da Polícia Civil apontaram que criminosos envolvidos com a modalidade de assaltos conhecida como “novo cangaço” estariam sendo convocados para atuar na “segurança” da Serra da Borda, no garimpo que foi desocupado em novembro de 2015 pela Força Nacional, mas voltou a ser alvo de novas invasões no decorrer de 2016.
De acordo com o delegado de Pontes e Lacerda, Gilson Silveira, a violência já não se restringe apenas a área ocupada mas também no perímetro urbano, o que aumentou a sensação de insegurança entre os moradores.
Para promover com a desocupação do garimpo, mais uma vez, a Secretaria de Segurança Pública precisa do apoio da Força Nacional assim como ocorreu em 2015. Apesar do reforço nacional ainda não ter sido liberado para a região, o secretário Rogers Jarbas diz que já existe suporte para executar a retirada dos invasores.
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“Temos toda a estrutura para fazer essa desocupação, contudo quem vai garantir a manutenção da segurança na região? Já fizemos duas desocupações antes, e cada vez mais o local é ocupado novamente e por pessoas mais violentas. A União tem que assumir a sua responsabilidade sobre a sua área até que o Departamento Nacional de Produção de Minérios possa autorizar a exploração legal de ouro para a mineradora”, argumentou Jarbas.
O secretário já solicitou agenda com o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, mas ainda não obteve retorno da data da audiência. Ele deve ir a Brasília acompanhado do Procurador da República em Cáceres, Felipe Mascarelli e do promotor de Justiça de Pontes e Lacerda, Frederico César Batista Ribeiro.
O Ministério Público Estadual (MPE) e o Ministério Público Federal (MPF) vão ajuizar ação conjunta contra a União obrigando a manter forças federais para a segurança na região, agilidade na liberação da lavra na serra para empresa privada e ressarcimento aos danos causados com a aumento da criminalidade no município.
Nesta quinta-feira o secretário também encaminhou ao Ministério da Justiça um documento com informações sobre a situação do garimpo ilegal da Serra da Borda e as consequências negativas na segurança pública na região. Também foi remetida cópia do documento para a Procuradoria Geral de Justiça, Tribunal de Justiça, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Casa Civil.
Assista a reportagem da TV Guaporei sobre o clima de tensão e insegurança no garimpo
