TRF questiona distribuição de processos pelo juiz Julier

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juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal de Mato Grosso, terá que dar explicações sobre os motivos que o levaram a distribuir o processo da Operação Jurupari manualmente. A determinação partiu do desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região. Julier ainda terá que prestar informações sobre o possível "viés político" na ação.

O advogado Jiancarlo Leobet, que defende três dos 91 acusados de fraude ambiental, disse que a distribuição do processo deveria ter ocorrido dentro do rito normal, ou seja, eletronicamente, o que daria a aleatoriedade à escolha do magistrado. "Esse vício já foi identificado em outros processos que ganham repercussão na mídia, como foi o caso da Operação Pacenas", disse o advogado.

Segundo Leobet, esse fato demonstraria o interesse do juiz Julier Sebastião em certos casos, uma vez que sempre eles vão para seu gabinete. "É, no mínimo, estranho que essas operações que ganham notoriedade vão parar nas mãos do Julier. É só fazermos um levantamento das últimas operações e será constatado que a maioria foi sentenciada por ele", declarou.

Jiancarlo Leobet ainda questionou o fato de a Operação Jurupari ter conexão com a Operação Curupira, realizada em 2005, que também apontou fraudes e exploração irregular de madeira da região mato-grossense de floresta amazônica. "Como pode haver conexão entre as duas operações, se em uma já existe casos de pessoas sentenciadas?", questionou.

Nesse caso de conexão entre as operações, o advogado explicou que a conexão permite que sejam utilizadas provas das duas operações contra os acusados de ambas. Além disso, como foi declarada a conectividade dos fatos, o processo foi distribuído manualmente, já que Julier foi o responsável pela Operação Curupira.

Jurupari

As investigações da Jurupari começaram há dois anos e foram detectadas irregularidades praticadas por servidores, engenheiros e proprietários em, pelo menos, 68 empreendimentos e propriedades rurais. O grupo é acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, furto, grilagem de terras, falsidade ideológica; inserção de dados falsos em sistema de informática. Além de diversos crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais.

Memória

A Operação Curupira, em 2008, teve a finalidade de coibir a ação de uma suposta quadrilha que fraudava autorizações para exploração e transporte de madeira, há mais de 14 anos em Mato Grosso. Os acusados extraíram ilegalmente quase dois milhões de metros cúbicos de madeira.

Outro lado

O juiz Julier Sebastião não foi localizado para falar sobre as decisões do TRF. A Assessoria de Imprensa da 1ª Vara Federal, em Cuiabá, informou que o magistrado não vai falar sobre o assunto.

 

 

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