Fonte: Sergio Ribeiro.
Delegado de Polícia Civil.
Ontem em supermercado em Sinop dois criminosos tentavam fazer um assalto, momento em que o proprietário reagiu tentando evitar o crime. Neste momento um dos bandidos efetuou um disparo que tirou a vida da vitima.
Iniciadas as investigações apurou-se que possivelmente os assassinos, são menores, isso mesmo adolescentes. Há menos de um mês ponderávamos que se a impunidade destes criminosos continuasse em pouco tempo aconteceria uma tragédia. E a tragédia aconteceu.
Pondera-se: os gestores do sistema sócio-educativo sempre dizem “não há vagas para internação”, as unidades estão superlotadas, “não dá para receber mais ninguém”, o que conduz a se colocar em liberdade esses criminosos, menores de idade, ficando estes no máximo cinco dias presos.
Traduzindo o menor (adolescente como queiram) comete o crime sabendo que ficará preso no máximo 5 dias. Assim já conta com a impunidade.
Nestas ocasiões quando se faz criticas dizendo que “mesmo lotadas as unidades tais criminosos deveriam sim continuar internados (presos na verdade)”, surgem argumentos tais como: “mas e os direitos humanos deles”, é absurdo superlotar as unidades quando já não há mais vagas”.
Neste momento eu penso: “E os direitos humanos daquele comerciante que teve sua vida ceifada?” E os direitos humanos daquela família? Quando vamos começar a valorizar a vida das vítimas? E aqueles que trabalham e são violentados por tais criminosos?
Sinceramente para mim quando alguém comete um crime assume o risco de ir parar em um lugar superlotado sim. A prisão não é hotel é um lugar para punir quem faz o mal, quem comete crime, que descumpre as leis.
Não interessa se estão ou não lotadas as cadeias, centros sócio-educativos ou presídios, pois, pior que estar lotados tais locais é permitir que tais assassinos, MAIORES OU MENORES, continuem soltos, livres para matar o próximo. E sinceramente não vai demorar para essa tragédia se repetir.