Tirone pode levar de volta turma do “bom e barato” ao Verdão

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Paulo Amaral, 
Daia Oliver/R7Daia Oliver/R7

Novo presidente, Tirone é cumprimentado por seu 1º vice, Roberto Frizzo




 

 
A eleição de Arnaldo Tirone à presidência do Palmeiras traz de volta ao comando a oposição, que dirigiu o clube entre 1993 e 2004, uma das fases mais vitoriosas do time Alviverde, mas que também ficou marcada pelo rebaixamento à Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro em 2002.

Neste período de glórias, que se manchou com a humilhante queda, o presidente do clube era Mustafá Contursi. Conselheiro vitalício do Palmeiras, foi um dos principais incentivadores da candidatura de Tirone à presidência do Verdão.

Antes mesmo da disputa pelo posto começar, na noite de quinta-feira (19), Mustafá conversou rapidamente com os jornalistas e interrompeu o bate-papo pedindo licença para “pedir votos” aos conselheiros que chegavam à Academia de Futebol, local onde ocorreu o pleito.

 

A "ligação perigosa" com Mustafá, que causa calafrios na maioria dos torcedores, não pareceu incomodar o sucessor de Luiz Gonzaga Belluzzo.

– Para ganhar uma eleição, você precisa de apoio. O Lula elegeu a Dilma. Então eu tenho apoio, não só do ex-presidente Mustafá, também do [ex-presidente] Afonso Della Monica Neto. Não tenho problemas de ter o apoio do Mustafá. Eu quero ter o apoio de todo o Conselho do Palmeiras.

A parceria com a Parmalat iniciada em 1992 foi fundamental para que o clube voltasse a conquistar títulos, entre eles os de maior expressão para sua torcida: a Copa Libertadores.  O fim da aliança entre o Palmeiras e a empresa, no entanto, fez o Alviverde retornar aos anos turbulentos, muito por causa da política do “bom e barato”, instaurada por Mustafá. 

A crise financeira que ronda novamente o Palestra Itália pode trazer de volta o contestado bom e barato. As dividas contraídas na gestão de Luiz Gonzaga Belluzzo prometem ser o principal problema que Arnaldo Tirone terá que enfrentar. A reprovação das contas do ex-presidente com 236 votos, dos 277 conselheiros presentes, mostra o quanto a situação é complicada. 

– Se eu tivesse medo das dívidas, não teria concorrido à presidência. Tenho preocupação, mas acredito muito no Palmeiras. 

Pés no chão

Ao falar sobre a possibilidade de instaurar novamente o temido “bom e barato”, Tirone divagou.

– Bom e barato foi uma tentativa que no momento achei que foi válida, mas, o caro e o exagerado também não estão dando certo. Eu me lembro de que em 1961, meu pai vendeu o Chinesinho para a Itália e comprou 11 jogadores. E montou a primeira Academia que vestiu a camisa da seleção brasileira. 

Tirone procurou tranquilizar a torcida. Os cofres não serão fechados para contratações, já que o presidente admitiu que o departamento de futebol terá prioridade. Mas não se deve esperar jogadores caros. 

– A primeira coisa que a gente tem que fazer no Palmeiras é dar uma organizada, uma equilibrada na administração. O futebol não é uma ciência exata, o futebol é competitivo. E nós estamos trabalhando para ganhar, para formar um time vencedor. Vamos priorizar o futebol, mas com frieza e tranquilidade.

Para o novo presidente, os credores precisam ter confiança no clube como instituição sólida e respeitada e diz que vai honrar os compromissos firmados pelos ex-presidentes.

– A administração do Palmeiras é uma administração honesta. A gente vai procurar cumprir com todas as nossas obrigações.

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