“Tenho todas as condições de ser candidato, mas é cedo”

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A candidatura do senador Pedro Taques (PDT) ao Palácio Paiaguás, em 2014, é cada vez mais concreta. Fortalecido por sua atuação no Senado Federal, e pelo papel que desempenhou nas últimas eleições, em que foi peça importante para a vitória de Mauro Mendes (PSB) em Cuiabá, ele e seu grupo já estão trabalhando com foco na disputa.

Seu grupo político, chamado de movimento Mato Grosso Muito Mais (PDT-PSB-PPS-PV), já definiu que terá candidatura própria. Até lá, pretende ocupar espaços importantes, como a presidência da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM). O prefeito eleito Otaviano Pivetta (PDT), de Lucas do Rio Verde, deve ser candidato.

Os primeiros movimentos de Mendes, na Capital, também serão fundamentais para consolidar, ou não, o projeto. "Ele representa uma nova forma de fazer política. É preciso que a política se renove e haja a oxigenação dos quadros políticos do Estado", disse Pedro Taques. 

O senador recebeu a reportagem do MidiaNews, na última sexta-feira (7), em seu escritório político em Cuiabá, onde falou sobre projetos e expectativas políticas, criticou o Governo do Estado e fez considerações sobre a Copa do Pantanal, entre outros assuntos.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

MidiaNews – O movimento "Mato Grosso Muito Mais" fez sua primeira reunião, nesta semana, após as eleições municipais. O que foi discutido?

Pedro Taques –
 Fizemos uma avaliação das eleições de 2010 com os prefeitos eleitos Otaviano Pivetta (Lucas do Rio Verde), Percival Muniz (Rondonópolis), Mauro Mendes (Cuiabá) e Oscar Bezerra (Juara). Foi uma reunião de avaliação do movimento nessa eleição e perspectivas para o futuro. Nós decidimos continuar o movimento, debater política no ano que vem, e Pivetta manifestou o interesse de ser candidato a presidente da AMM. A associação é uma instituição muito importante e significativa para as prefeituras e municípios, defendendo seus interesses e ajudando na formulação de projetos. Então, é importante essa nossa posição frente às eleições da AMM. Eu entendo que o Pivetta tem condições de disputar. Não lançaríamos uma candidatura inviável. Ele tem o meu apoio e o grupo está conversando. Ninguém manda em voto de prefeito. Eu não mando no voto dos 7 prefeitos do PDT, então nós vamos conversar a respeito disso.

"Não tenho nada contra o candidato apoiado pelo deputado Riva (à presidência da AMM). Nós precisamos sim ocupar espaços políticos. Políticos ocupam espaços políticos"


MidiaNews – Essa questão da candidatura na AMM é importante para dar uma alternativa ao candidato apoiado pelo deputado José Riva?

Pedro Taques –
 Em absoluto. Não tenho nada contra o candidato apoiado pelo deputado Riva. Nós precisamos sim ocupar espaços políticos. Políticos ocupam espaços políticos. E a AMM é muito importante. 

MidiaNews – O grupo pretende buscar composições com outros partidos para viabilizar a candidatura do Pivetta?

Pedro Taques –
 Sim, isso vai ser tratado pelos deputados estaduais Zeca Viana (PDT), Luciane Bezerra (PSB) e Percival Muniz (PPS). E eu também vou ajudar nessa construção. Ainda estamos avaliando quais partidos podem ser buscados.

MidiaNews – Que outros assuntos foram debatidos na reunião?

Pedro Taques – 
Além dessa questão, foi discutida a questão ao ICMS, de que maneira possamos trazer mais recursos para os municípios. Sou membro da comissão do pacto federativo. E política, discutimos política. 

MidiaNews – E com relação à eleição de 2014, o que já está sendo discutido?

Pedro Taques –
 Isso está muito longe. Decidimos fazer reuniões periódicas, quem sabe uma por mês, para que possamos fazer avaliações futuras. Mas 2014 está muito longe. Nós estamos recém-saídos das eleições, e temos que tirar as eleições de dentro de nós. Temos que trabalhar propostas para o desenvolvimento do nosso Estado.

MidiaNews – O senhor vem sendo sempre muito lembrado como possível candidato a governador em 2014. Como o senhor vê essa possibilidade?

"É natural que um senador no meio do mandato seja candidato ao governo. Eu tenho mais de 35 anos, sou filiado a partido político, não sou ficha-suja, e tenho todas as condições para ser candidato "


Pedro Taques –
 Eu vejo isso como natural. Eu sou um senador e meu mandato termina em 2018. É natural que um senador no meio do mandato seja candidato ao governo. Eu tenho mais de 35 anos, sou filiado a partido político, não sou ficha-suja, e tenho todas as condições para ser candidato. Mas acho que está muito cedo ainda. Não discutimos nomes, nós discutimos uma nova forma de fazer política, pensando no Estado estrategicamente.

MidiaNews – Como é que o senhor analisa um possível cenário em que enfrentaria o deputado José Riva na disputa ao governo?

Pedro Taques –
 Eu não sou candidato. Isso não está decidido. Eu não sei se o deputado Riva é candidato. Então não vou trabalhar em hipóteses. 

MidiaNews – Quem vem sendo cotado é o senhor, ele, o senador Blairo Maggi…

Pedro Taques –
 Você tem outras lideranças no Estado que podem querer ser candidatos, como o vice-governador Chico Daltro (PSD). Além disso, o PMDB vai ter candidato, o PT vai ter candidato. E eu não decidi ainda sobre 2014. Eu quero trabalhar no ano que vem para que nós possamos ter um Estado melhor. Quero trabalhar como senador, e pensar em 2014 lá pra frente, não agora. 

MidiaNews – O senhor acredita que é importante que o seu grupo político apresente um nome alternativo para disputar o Governo do Estado?

Pedro Taques –
 Eu defendo, sim, que o movimento tenha candidato. Isso não significa que tenha que ser eu. Existem outros nomes no movimento, como o Percival Muniz, e outros podem ser agregados. 

MidiaNews – Esse grupo que se formou em torno do Mauro Mendes, tinha também o PR no arco de alianças, além do movimento. É possível esse grupo continuar unido?

Pedro Taques – 
Temos que diferenciar a eleição de 2010 da de 2012. Cada município tem sua especificidade, sua particularidade. Vejamos em Rondonópolis, onde o Percival enfrentou o PR. O Percival faz parte do movimento. Por outro lado, o PR apoiou o movimento aqui em Cuiabá, em Nova Mutum, em Lucas do Rio Verde. O PR contribuiu com a eleição do Mauro Mendes e vai participar da administração do Mauro Mendes. Isso não significa que o PR esteja no movimento. São coisas diversas, espaços políticos diversos. 

MidiaNews – O Mauro, durante a campanha defendia muito a manutenção desse arco de alianças que o ajudou a se eleger. Isso significaria o senhor e o Blairo Maggi no mesmo palanque em 2014. O senhor acha que isso é possível?

Pedro Taques – Esse convite não foi feito ao senador Maggi. Eu entendo que, como bem diz o senador Maggi, o processo zerou depois das eleições. Ele não tem nenhum compromisso comigo, nem eu tenho nenhum compromisso com ele daqui para a frente. Nós apenas apoiamos o mesmo candidato em 2012, que foi o Mauro Mendes.

MidiaNews – O senhor gostaria de ter o apoio dele em uma eventual candidatura?

Pedro Taques –
 Eu não estou discutindo candidatura. Eu não decidi se sou candidato. Eu não trabalho sob hipóteses. Na hora que eu decidir, eu vou buscar os apoios que eu considero necessários. 

MidiaNews – O senhor poderia também vir a apoiar o Blairo? 

"Quando o Blairo Maggi foi governador, ele também não tinha experiência. Ele foi suplente de senador, e eu sou senador há dois anos"


Pedro Taques –
 Eu não decidi isso, eu nem sei se ele é candidato. Ele já disse que não é candidato. Eu vi uma entrevista em que ele diz isso.

MidiaNews – Recentemente, o senador Maggi disse que muitos setores temem uma possível candidatura sua, por sua pouca experiência na política. Como o senhor vê isso?

Pedro Taques –
 Eu respeito a opinião do Blairo, é uma opinião abalizada. Mas se você for comparar, quando ele foi governador, ele também não tinha essa experiência. Ele foi suplente de senador, e eu sou senador há dois anos.

MidiaNews – O senhor acha que essa declaração do senador Maggi tem a ver com suas críticas feitas ao escândalo dos maquinários?

Pedro Taques –
 Em absoluto. Nem um pouco. 

TEMOR À CANDIDATURA

MidiaNews – O senhor acredita que, por algum motivo, haja mesmo temor de certos grupos em relação à sua candidatura?

Pedro Taques –
 Ninguém nunca me disse isso, especificamente, mas eu já ouvi essa conversa, sim. 

MidiaNews – E por quais motivos ele temeriam?

Pedro Taques –
 Não sei. Deve ser porque eu sou novo na política. E o novo desperta determinados receios.

MidiaNews – E senhor não acha que é por causa do seu discurso de combate à corrupção, de moralização da política?

Pedro Taques –
 Eu não estou muito preocupado com essas pessoas. Quando eu saí do Ministério Público e decidi ser candidato ao Senado, eu tinha 2% nas pesquisas. Eu já me exonerei do MP e, agora que eu sou senador, o que eu perderia em ser candidato ao governo?

MidiaNews – Em algum momento bateu o arrependimento de sair do Ministério Público?

Pedro Taques –
 Não, em nenhum momento. Eu não consigo ficar fazendo algo que eu não tenha vontade.

MidiaNews – O senhor não tinha mais vontade de ser procurador?

Pedro Taques – 
Não. Eu já tinha cumprido o meu papel, por isso que eu saí. Fui procurador no Ministério Público Federal por 15 anos.

MidiaNews – E essa experiência contribuiu com a forma como o senhor faz política hoje?

Pedro Taques –
 Claro. O Ministério Público defende princípios constitucionais, a concretização de políticas públicas, como educação, saúde, transporte, segurança. E como político eu busco as mesmas coisas, só que em outra trincheira. 

"Essa construção de esquerda e direita está superada no mundo há mais de 20 anos.Eu não vejo que o governo da presidente Dilma seja de esquerda. É só você ver o lucro que os bancos tiveram"


MidiaNews – No Senado, o senhor sempre se coloca como defensor da constitucionalidade e da legalidade. Mas no espectro ideológico, o senhor se considera mais à esquerda ou à direita?

Pedro Taques – 
Essa construção de esquerda e direita, que surgiu na Revolução Francesa, está superada no mundo há mais de 20 anos. Hoje você tem que ser contra ou a favor dos excluídos. Eu defendo a concretização de políticas públicas. Que o Estado possa saldar seus compromissos com o cidadão, como dar saúde de qualidade, educação que possa fazer com que o cidadão se transforme e desenvolva, segurança para que nós possamos viver com tranquilidade, e o Estado não pode atrapalhar. Essa construção não é de esquerda e direita, na minha visão. Se você pegar o arco ideológico dos partidos políticos no Brasil, fica difícil falar de esquerda e direita… Você é contra ou a favor dos excluídos? Essa é a pergunta que deve ser feita. E eu defendo a busca de inclusão dos excluídos.

MidiaNews – O senhor fala que está superado porque no Brasil existe uma bagunça partidária, ou acredita que mundialmente essa discussão está superada?

Pedro Taques – 
Essa discussão de direita e esquerda, para mim, com todo o respeito, no Brasil, hoje, está superada. Eu respeito quem assim pense. Mas se você buscar na ciência política, quem é de esquerda busca o princípio da igualdade, e quem é de direita busca o princípio da liberdade. Eu tenho projetos de lei que são pautas de cumprimento da Constituição Federal. A Constituição prega uma democracia que seja social, uma humanização do capitalismo. O PT é um partido de esquerda ou direita? Junto com o PP, que é de direita. Junto, em determinados momentos, com o PCdoB, que é de esquerda. Junto com o PSD, que é de direita. Eu não estou fazendo crítica a nenhum desses partidos, e sim ao arco ideológico que existe dentro do Brasil. Eu não vejo que o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) seja de esquerda. É só você ver o lucro que os bancos tiveram.

MidiaNews – Que avaliação o senhor faz do cenário político que saiu dessas eleições, e das novas forças políticas do Estado?

Pedro Taques –
 Eu entendo que o movimento Mato Grosso Muito Mais cresceu bastante. O PDT tinha 2 prefeitos, passou para 7. Isso não significa que nós não tenhamos lideranças em outros municípios. Veja que em Diamantino perdemos por 48 votos, em Água Boa por 21 votos, em Santa Cruz do Xingu por 18 votos. Então o PDT cresceu bastante em número de prefeitos e vereadores. E outros partidos do arco de alianças também cresceram. Mas existem outras forças políticas bastante fortes no estado. O PSD está forte, fez muitos prefeitos, o PMDB fez muitos prefeitos. Então esses são grupos políticos que devem ser respeitados. 

MidiaNews – Em que esse cenário pode influenciar para 2014? Essa base de prefeitos pode fortalecer o candidato que o seu grupo lançar ao governo?

Pedro Taques – Eu não vejo, não tenho essa ideia que a eleição de 2012 tenha repercussão em 2014. Em 2008, eu estava morando em São Paulo, e fui eleito senador em 2010. Então não tenho essa ideia. 

VITÓRIA DE MAURO MENDES

MidiaNews – Que análise o senhor faz da vitória do Mauro Mendes em Cuiabá? O que a vitória dele representa na política do Estado?

"Mauro representa uma nova forma de fazer política. Sem clientelismo, pensando no progresso e desenvolvimento do município "


Pedro Taques – 
O Mauro Mendes é uma grande liderança no Estado, prefeito da maior cidade do Estado, que recebe mato-grossenses dos outros 140 municípios. A vitória do Mauro foi uma vitória do nosso grupo político. Os quatro partidos que estavam juntos em 2010, estiveram juntos agora em 2012, contando também com o PR e outros partidos no segundo turno. Foi uma vitória desse grupo político. Eu reputo a vitória do Mauro aqui, por ser a maior cidade do Estado, como sendo muito significativa. E nós sabemos a importância de Cuiabá na administração do Estado.

MidiaNews – E qual é a expectativa em relação ao seu governo?

Pedro Taques –
 O Mauro representa uma nova forma de fazer política. É um homem preparado para administrar e nós estamos muito confiantes e ansiosos que ele fará uma boa administração em Cuiabá e buscará superar as dificuldades na concretização de políticas públicas, notadamente na saúde e na educação. E o PDT, como um partido importante nessa base, quer contribuir para isso.

MidiaNews – Como é essa nova forma de fazer política?

Pedro Taques –
 É fazer política sem clientelismo, pensando no progresso e desenvolvimento do município. Eu penso que isso seja uma nova forma de fazer política. 

MidiaNews – E de que forma o PDT vai colaborar na administração do Mauro?

Pedro Taques –
 O PDT possui quadros que estão à disposição do Mauro Mendes para que possamos administrar juntos em Cuiabá.

MidiaNews – O PDT tem preferência por alguma pasta ou área?

Pedro Taques –
 Não temos preferência por área. Quem vai escolher isso é o prefeito eleito de Cuiabá, Mauro Mendes. 

MidiaNews – Ele já conversou com o partido a respeito de quais pastas?

Pedro Taques –
 Ainda não conversou. Ele vai viajar hoje (sexta-feira) e volta um pouco antes da diplomação. Então vamos discutir a participação do PDT e de outros partidos na administração.

MidiaNews – O senhor acredita que ele conseguirá cumprir as muitas promessas que fez, como criar novas pastas, construir um novo Pronto Socorro?

Pedro Taques – 
Ele não prometeu muitas coisas, ele assumiu compromissos com o município de Cuiabá e eu tenho certeza que ele vai cumprir esses compromissos. Nós o estamos ajudando a saldar esses compromissos. Tanto que destinamos emendas para a saúde, na construção de um Pronto Socorro, e para a reurbanização do rio Cuiabá. 

"Eu defendo que as pessoas que não estão na política entrem na política, para que nós possamos oxigená-la "


MidiaNews – O senhor disse que o Mauro Mendes representa uma nova forma de fazer politica. O senhor vê muitas pessoas com esse perfil no Estado chegando ao poder?

Pedro Taques – 
Eu defendo que as pessoas que não estão na política entrem na política. Para que nós possamos oxigenar a política, não só de Mato Grosso, mas do Brasil. Eu entendo a política como a contribuição do cidadão à comunidade que ele vive, tanto na esfera estadual como municipal. É pensar estrategicamente o Estado, o município, com políticas públicas. 

MidiaNews – Isso já está acontecendo?

Pedro Taques –
 Sim, já está acontecendo. Você vê a renovação na política em muitos lugares. Posso até citar prefeitos de outros partidos, como o prefeito eleito de Cáceres, o Francis Maris (PMDB), que é novo na política. 

MidiaNews – Na sua avaliação, de modo geral, a política vem melhorando ou piorando em Mato Grosso?

Pedro Taques –
 Vem evoluindo, vem melhorando, sim. No Brasil e em Mato Grosso. Agora, não na velocidade que nós queremos. Poderia ser mais rápido. Mas vem evoluindo porque a sociedade está cobrando mais, a imprensa vem fazendo críticas construtivas, e isso faz parte da evolução do Brasil.

COPA DO PANTANAL

MidiaNews – E com relação à Copa do Mundo, como o senhor avalia o andamento das obras e dos preparativos para a Copa?

Pedro Taques –
 Eu espero que essa Copa possa nos orgulhar. Quero continuar trabalhando para que essa Copa deixe legados importantes para a sociedade cuiabana e mato-grossense. Porque a Copa não é só de Cuiabá, o interior está contribuindo com o Fethab. Espero que o Governo do Estado possa, junto com o Governo Federal, terminar a construção do VLT, das trincheiras, possamos ter um hospital de qualidade, segurança, e preparar nossa terra para o pós-copa. Foi pensando na Copa, também, que eu indiquei duas emendas para a capital: R$ 100 milhões para a construção do novo Pronto Socorro, e R$ 2,5 milhões para a estruturação da orla turística, da região do Porto.

MidiaNews – Foi pensando na Copa ou em ajudar o Governo do Mauro Mendes?

Pedro Taques – 
O governo do Mauro é em Cuiabá. E ele será o prefeito da Copa. Se fosse prefeito de outro partido, eu faria a mesma coisa. As minhas emendas são definidas levando em conta o IDH do município. Se você pegar o número de prefeitos que eu apoiei e estou destinando emendas, é muito menor que o número de prefeitos que eu não apoiei. Vou te dar um único exemplo. Eu não apoiei o PSB em Rosário Oeste, eu apoiei o candidato do PDT. E no palanque eu fiz compromisso com um bairro, e destinei R$ 1 milhão para asfaltar lá. E o prefeito que ganhou não foi do meu partido, perdemos a eleição lá.

MidiaNews – Mas como o senhor avalia o andamento das obras da Copa aqui em Mato Grosso?

Pedro Taques – 
Na terça-feira (4), eu visitei o ministro Valmir Campelo, do TCU, que coordena a fiscalização das obras da Copa, para que possamos ter um controle social disso. Ele vai me mandar relatório dos andamentos das obras da Copa em Cuiabá. Como uma das funções de um senador é fiscalizar, assim que tiver os relatórios eu vou me manifestar. 

MidiaNews – O senhor criticou muito a Secopa em determinado momento, durante a gestão de Eder Moraes, por não apresentar informações sobre as obras. Isso mudou?

Pedro Taques – 
A minha atuação não, mas a Secopa passou a apresentar as informações para as instituições que estão fazendo o acompanhamento disso.

MidiaNews – Hoje existe transparência na Secopa?

Pedro Taques –
 Eu não sei se existe transparência, mas o que eu pedi foi fornecido ao Crea, tanto que eles não me reclamaram mais disso. 

MidiaNews – E como o senhor vê essas denúncias de que a licitação do VLT foi direcionada, e de que houve propina de R$ 80 milhões?

Pedro Taques –
 Eu não acompanhei as denúncias, mas eu confio na atuação da Polícia Civil e do Ministério Público. Se for verdade, será provado.

MidiaNews – O julgamento do pedido liminar do MP para paralisar a obra está previsto para o ano que vem, e as obras poderão estar avançadas quando sair uma decisão a respeito. É perigoso paralisar as obras se estiverem muito avançadas, ou é melhor paralisar logo e garantir que não se tenha farra com o dinheiro público?

Pedro Taques – 
Eu espero que o Ministério Público e a Polícia Civil cheguem a bom termo na investigação. Agora, não podemos parar a obra, precisamos fazer a Copa. E quem, porventura, tenha cometido ilícito, tem que ser responsabilizado. Está marcado o primeiro jogo e nós temos que entregar as obras.

MidiaNews – É possível concluir as obras e depois buscar a devolução de um eventual superfaturamento?

Pedro Taques –
 Eu não estou acompanhando a investigação. Eu não sei que providências eles tomaram. Eles já ouviram pessoas? Já fizeram perícias? Eu não sei, então eu estaria palpitando. 

CONFLITO NA SUIÁ-MISSU

MidiaNews – Como o senhor vê a situação da Gleba Suiá-Missu?

Pedro Taques –
 Eu vejo que ali existem 7 mil cidadãos não-índios e 800 crianças que devem ser respeitadas. Temos que buscar meios para que essas pessoas possam ser respeitadas. Mas existe uma decisão que tem que ser cumprida. No estado democrático de direito, as decisões têm que ser cumpridas. A lei tem que ser cumprida, e eu não vou pregar contra decisão judicial.

"Em Suiá-Missu existem 7 mil cidadãos não-índios e 800 crianças que devem ser respeitadas. Mas eu defendo o cumprimento da decisão. Não queiram de mim pregar o descumprimento de decisão judicial"


MidiaNews – Respeitadas de que forma, então? Sendo indenizadas, ou transferidas para outro local…

Pedro Taques –
 Sim, indenizadas e tendo os direitos fundamentais respeitados. Eu defendo que essas pessoas sejam respeitadas, os índios e os não-índios. Eu posso até criticar decisão judicial, mas eu defendo o cumprimento dela. Não queiram de mim pregar o descumprimento de decisão judicial.

MidiaNews – Como a decisão judicial é pela permanência dos índios, é isso que o senhor defende?

Pedro Taques –
 Sim, eu defendo o cumprimento da decisão judicial, a não ser que sobre ela possa pairar recursos, o que, nesse caso, não existe. Eu defendo com toda a tranquilidade que os 7 mil brasileiros não-índios que ali se encontram possam ser respeitados. Agora, eu não vou, como senador da república, pregar a violação de decisão judicial.

MidiaNews – O senhor tem sido cobrado a esse respeito?

Pedro Taques –
 Não, cobrado, não. Mas as pessoas me procuram, já conversei inclusive com líderes dessas pessoas que estão lá. E como todo senador, todo parlamentar, eu quero resolver isso da melhor maneira possível.

MidiaNews – Pediram o seu apoio?

Pedro Taques –
 Pediram o meu apoio, sim. Tive reuniões no Ministério da Justiça sobre isso, conversei no Ministério Público Federal sobre isso. 

MidiaNews – O senhor conversou tentando interceder por elas?

Pedro Taques – 
Interceder no sentido de que tenhamos a desintrusão com respeito aos direitos fundamentais. A decisão jurídica deve ser feita pelo Poder Judiciário, e a nós, políticos, cabe cobrar uma solução política. 

MidiaNews – Uma solução política seria realocar os posseiros?

Pedro Taques – 
Sim.

VIOLÊNCIA E GOVERNO SILVAL

MidiaNews – Qual é sua percepção sobre a questão da violência no Estado? 

Pedro Taques – 
O índice de homicídios no estado tem aumentado, isso é fato. O índice de homicídios em Mato Grosso é muito maior que em São Paulo, onde está tendo essa crise com o PCC. Temos poucos policiais no Estado, a polícia precisa ser mais aparelhada. Precisamos trabalhar mais com inteligência, e com informação, porque tecnicamente, os crimes ocorrem nos mesmos locais, nas mesmas horas.
 
MidiaNews – Em uma ação do Bope essa semana, uma menina de 12 anos foi morta…

Pedro Taques – 
Eu acho que qualquer forma de violência, notadamente praticada pela polícia, que é o Estado, deve ser afastada. Eu não sei em que circunstâncias o Bope entrou, não tenho detalhes sobre o caso, mas prometo me inteirar para me manifestar.

 MidiaNews – Como o senhor avalia o governo Silval Barbosa (PMDB)?

"A saúde está um caos. A educação não é algo que possa nos orgulhar. E não sou eu que estou dizendo isso, são órgãos do Estado que revelam tal fato "

Pedro Taques – O governo Silval Barbosa tem falhas identificados pelo próprio Tribunal de Contas do Estado (TCE), na saúde e na educação, na Secretaria de Fazenda. E torço para que essas falhas sejam corrigidas.

MidiaNews – Após as críticas feitas pelo TCE aos contratos com as Organizações Sociais (OS), nós tivemos, hoje (sexta-feira), uma decisão do TRT mandando romper um contrato entre uma OS e o hospital regional de Sorriso…

Pedro Taques –
 Eu sempre fui crítico às OSs. Eu fui o primeiro a criticar isso, e inclusive fui criticado por isso. Agora o TCE comprovou que houve procedimentos não republicanos na contratação das OSs. 

MidiaNews – O senhor acha que tem que romper os contratos?

Pedro Taques –
 Vou me inteirar melhor para me manifestar sobre isso. Mas o TCE mandou romper. Eu confio no voto do conselheiro substituto Luiz Henrique.

MidiaNews – Quais os pontos mais críticos do Governo do Estado?

Pedro Taques –
 A saúde está um caos. O repasse para os municípios não têm sido feitos conforme determina a Constituição. A educação não é algo que possa nos orgulhar. Tanto que o TCE detectou falhas na Secretaria de Educação. Não sou eu que estou dizendo isso, são órgãos do Estado que revelam tal fato. 

MidiaNews – Que nota o senhor daria para o governo, de 0 a 10?

Pedro Taques –
 Eu não quero dar nota ao governador Silval Barbosa, porque como senador não me cabe dar nota, me cabe fiscalizar e fazer críticas construtivas para que tenhamos um estado melhor.

MidiaNews – Mais de 5?

Pedro Taques –
 Eu não quero dar nota a quem quer que seja. Não quero que deem nota ao meu trabalho. Quero que façam uma avaliação do meu trabalho e críticas para que eu possa acertar.
 

 

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