Senador entrou com notícia-crime contra o parlamentar no Tribunal Regional de Eleitoral
ISA SOUSA
Riva teve o registro de candidatura indeferido, por unanimidade, pelo TRE, no dia 7 de agosto, sob o argumento de ser “ficha suja”.
Desde então, o candidato afirmou, em várias entrevistas, que Taques teria exercido uma “movimentação estranha” e pressionado a Justiça.
O senador, segundo o deputado, também seria “protegido pelo” Ministério Público, por ter sido procurador da República em Mato Grosso.
Para Taques, o adversário precisa apresentar as provas – as quais o senador diz serem “impossíveis” -, a fim de restaurar a legalidade e a legitimidade das eleições.
“Essa providência se mostra adequada e necessária, a fim de restaurar a credibilidade das instituições e, também, trazer aos autos, de maneira pormenorizada, todos os fatos e argumentos necessários à apuração e comprovação das práticas criminosas ora denunciadas”, diz trecho do pedido à Justiça.
O senador Pedro Taques também ressaltou a necessidade de transformar a notícia-crime em ação penal em desfavor de José Riva.
“Por fim, desde já afirma a necessidade do processamento da competente ação penal pública incondicionada, face as peculiaridades e urgência do caso em análise, devendo esta notícia-crime ser recebida, processada e transformada em ação penal (mais uma!) em desfavor de José Geraldo Riva”, completa o documento.
Conspiração e esquizofrenia
O senador Pedro Taques também encaminhou requerimentos sobre o caso ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Juvenal Pereira Lima, e ao superintendente da Polícia Federal de Mato Grosso, Élzio Vicente da Silva.
No caso de Juvenal, o parlamentar contextualiza os fatos, chegando a dizer que Riva, “sem o menor pudor em mentir e enxovalhar essa Corte e seus membros – mudando o que deve ser mudado -, que tudo tratou de uma grade armação para persegui-lo e lhe tirar da disputa”.
Ainda, conforme Taques, Riva e seus assessores criaram uma “teoria conspiratória”, digna do “mais alto grau de esquizofrenia”.
“Pois chega ao ponto de afirmar que cada um dos mais de 186 processos a que responde, nas mais variadas esferas judiciais, pelos mais variados motivos e decorrente dos mais variados anos do exercício de mandato, teriam sido fruto dessas conspirações para que ele não fosse governador”.
“Talvez, em sua ótica distorcida, pense todo o mundo gira ao seu redor, ou mesmo que todos estão contra ele, desde o início de sua vida pública. Deve aguçar a visão para enxergar aquilo que realmente é: as instituições fazem seu papel, cumprem as leis, fiscalizam os gastos públicos, processam e julgam aqueles que enveredam para a trilha nebulosa da improbidade e obtenção de benefícios em detrimento do erário”.
Ao presidente do TRE, Taques pede que sejam tomadas medidas necessárias para apurar as suspeitas levantadas por Riva e “restaurar a legalidade e legitimidade das eleições, bem como resgatar a confiança” na instituição.
No caso do superintendente da PF, o candidato pede que também sejam apuradas as suspeitas para aclarar os fatos e trazer luzes ao processo eleitoral, “bem como restaurar a legalidade e legitimidade das eleições – ilicitamente influenciada pelos possíveis crimes cometidos pelo candidato sub judice”.
Taques pede, ainda, que seu adversário seja intimado com urgência para prestar esclarecimentos sobre as “criminosas declarações” que vem fazendo.