Noelma Oliveira/A Gazeta
¡°Eu não entrei na pol¨ªtica para combater pessoas, não tenho nada contra o pecador, tenho contra o pecado. Eu não tenho nada pessoal contra o deputado Jos¨¦ Riva, absolutamente, eu não odeio as pessoas. A pol¨ªtica ¨¦ um instrumento transformador e n¨®s somos diferentes e queremos fazer uma campanha diferente¡±, contextualiza o candidato ao governo, senador Pedro Taques (PDT), quando questionado sobre o poss¨ªvel embate com o pr¨¦-candidato Jos¨¦ Riva (PSD).
Pedro Taques diz que não quer baixaria na campanha
Os dois são advers¨¢rios pol¨ªticos e a candidatura consolidada do senador, segundo informações, ¨¦ a principal motivação para Riva entrar na disputa, mesmo correndo risco de não assumir o governo, numa eventual vit¨®ria, devido as condenações na Justiça. Existem pelo menos duas com decisões colegiadas, o que enquadraria o parlamentar na Lei da Ficha Limpa. No entanto, o deputado se diz em condição jur¨ªdica de enfrentar a eleição deste ano.
Riva não esconde o desafeto por Taques h¨¢ anos, desde mesmo quando o hoje senador exercia o cargo de procurador da Rep¨²blica em Mato Grosso. Pedro e o ex-juiz Julier Sebastião da Silva foram os respons¨¢veis por desmontar o esquema do crime organizado no Estado, que levou a prisão o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Hoje, Julier e Taques estão em lados opostos na pol¨ªtica mato-grossense. H¨¢ cinco dias, o ex-magistrado era um dos nomes para enfrentar o candidato do PDT. Contudo, circunstancias internas na base de sustentação o retiraram da disputa.
Taques não tem preferencia, pelo menos p¨²blica, de disputar com Riva ou com o petista L¨²dio Cabral, pr¨¦-candidato ao governo do Estado. ¡°Eu não tenho tempo para temer nada, eu tenho trabalhado com coragem e determinação, eu não quero baixaria. Vou pautar minha caminhada pelo debate propositivo¡±, avisa o candidato da oposição.
Em caso de ataques ou baixaria, ele avisou que vai recorrer a Justiça. ¡®Eu não vou nivelar nada por baixo e aqueles que fizerem baixaria, vamos a Justiça¡¯, diz Taques. O candidato, ainda durante a convenção, não quis fazer qualquer coment¨¢rio sobre uma eventual disputa em dois turnos. ¡°Eu não quero fazer jogo de adivinhação¡±, resumiu.
Como os dois advers¨¢rios, neste momento, são de partidos governistas, Taques j¨¢ tem definido um discurso contra as acoes da gestão Silval Barbosa (PMDB) de quem ¨¦ advers¨¢rio h¨¢ pelo menos quatro anos. Al¨¦m das questões pontuais de governo, o senador tem refutado as posições dos pr¨¦-candidatos que tentam relacionar o seu nome as investigações da Operação Ararath, desencadeada pela Pol¨ªcia Federal, que apura crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro em Mato Grosso.
Embora Taques não seja investigado, o maior doador da sua campanha em 2010, o empres¨¢rio Fernando Mendonça ¨¦ um dos alvos do inqu¨¦rito da PF. ¡°Todas as cautelas que estão na lei n¨®s vamos buscar, n¨®s vamos procurar receber doações de pessoas f¨ªsicas e de voluntariado, mas a legislação permite que receba de pessoas jur¨ªdicas¡±, responde o senador.
Ele relembra que as suas contas de campanha foram aprovadas, enquanto as de L¨²dio, que foi pr¨¦-candidato a prefeito em 2012, estão rejeitadas. Al¨¦m disso, um dos coordenadores de campanha do petista, o ex-secret¨¢rio Eder Moraes, est¨¢ preso desde o m¨ºs passado.
Por outro lado, Taques tem um discurso pronto contra o governo. ¡°N¨®s estamos cansados de conversa fiada. ¨¦ um governo de promessas, o interior est¨¢ abandonado, as obras da Copa não terminaram e hospitais estão abandonados¡±, descreve o candidato a governador.