Paulo Fiúza afirma que não acionou primeiro suplente para não atrapalhar Taques
LAÍSE LUCATELLI
Midia News
Seu advogado chegou a elaborar uma Ação de Investigação Judicial (AIJE), pedindo a anulação do registro, na tentativa de que Medeiros não fosse diplomado.
Porém, Fiúza não protocolou a petição inicial a pedido do próprio Taques e do atual prefeito Mauro Mendes (PSB), que havia sido o candidato a governador da coligação “Mato Grosso Melhor Pra Você” (PSB, PPS, PDT e PV).
“Na época, eu pensei em processar. Estava com tudo pronto para entrar com a ação, mas o Pedro Taques e o Mauro Mendes me pediram para não fazer isso”
A solução encontrada por Mendes e Taques foi pedir ao TRE que corrigisse o registro de candidatura, e invertesse a ordem da suplência, colocando o empresário como primeiro suplente e Medeiros como segundo.
À época, Medeiros chegou a afirmar que foi ameaçado por Fiúza e coagido a assinar o pedido de substituição – acusação que o empresário negou.
No entanto, o TRE não aceitou o pedido e a ordem de suplência registrada no tribunal foi mantida.
“Eu concordei em desistir da ação, para não tumultuar a posse e não atrapalhar o Pedro Taques. Eu tenho muito respeito por ele, e só aceitei compor a chapa dele porque ele me pediu para ser suplente. Eu desisti desse processo só por ele, porque os outros não merecem essa consideração, principalmente o José Medeiros”, afirmou.
Amargura e fraude
Após desistir da ação, o empresário passou mais de dois anos sem se manifestar sobre o caso. Ele resolveu quebrar o silêncio, na semana passada, porque foi arrolado no processo que a coligação de Carlos Abicalil (PT), candidato derrotado ao Senado, está movendo para impugnar a candidatura de Taques, com base na suspeita de fraude na ata.
Ao ser intimado pela Justiça Eleitoral, Fiúza admitiu que houve fraude.
Em entrevista , ele se disse “amargurado” com a situação e isentou o senador do PDT de qualquer envolvimento com a adulteração da ata .
Apesar de ter admitido ao TRE a existência de fraude, ele descartou a possibilidade de mover algum processo reivindicando a vaga de primeiro suplente.
“O momento certo de fazer algo era em 2010, antes da posse. Mas, eu não tomei nenhuma atitude para não prejudicar o Taques, pois eu não tinha certeza de que a ação não iria respingar no mandato dele. E não me arrependo disso. Acho que fiz a coisa certa”, completou o empresário.