Suposta fraude em registro causa “guerra” de suplentes

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Paulo Fiúza afirma que não acionou primeiro suplente para não atrapalhar Taques


LAÍSE LUCATELLI
Midia News

O empresário Paulo Fiúza (PV), segundo suplente do senador Pedro Taques (PDT), revelou aoMidiaNews que quase processou o primeiro suplente, José Medeiros (PPS), por suposta fraude na ata que registrou a candidatura da chapa do senador, em 2010. 

Seu advogado chegou a elaborar uma Ação de Investigação Judicial (AIJE), pedindo a anulação do registro, na tentativa de que Medeiros não fosse diplomado. 

Porém, Fiúza não protocolou a petição inicial a pedido do próprio Taques e do atual prefeito Mauro Mendes (PSB), que havia sido o candidato a governador da coligação “Mato Grosso Melhor Pra Você” (PSB, PPS, PDT e PV). 

“Na época, eu pensei em processar. Estava com tudo pronto para entrar com a ação, mas o Pedro Taques e o Mauro Mendes me pediram para não fazer isso”

“Ficou decidido em reunião, registrada em ata, que eu seria o primeiro suplente do senador. Mas, a ata foi fraudada e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) consta o meu nome como segundo suplente, algo que eu só descobri no dia da eleição, quando fui votar. Na época, eu pensei em processar. Estava com tudo pronto para entrar com a ação, mas o Pedro Taques e o Mauro Mendes me pediram para não fazer isso, e disseram que eles iriam resolver a situação”, contou Fiúza. 

A solução encontrada por Mendes e Taques foi pedir ao TRE que corrigisse o registro de candidatura, e invertesse a ordem da suplência, colocando o empresário como primeiro suplente e Medeiros como segundo. 

À época, Medeiros chegou a afirmar que foi ameaçado por Fiúza e coagido a assinar o pedido de substituição – acusação que o empresário negou. 

No entanto, o TRE não aceitou o pedido e a ordem de suplência registrada no tribunal foi mantida.

“Eu concordei em desistir da ação, para não tumultuar a posse e não atrapalhar o Pedro Taques. Eu tenho muito respeito por ele, e só aceitei compor a chapa dele porque ele me pediu para ser suplente. Eu desisti desse processo só por ele, porque os outros não merecem essa consideração, principalmente o José Medeiros”, afirmou.

Amargura e fraude

Após desistir da ação, o empresário passou mais de dois anos sem se manifestar sobre o caso. Ele resolveu quebrar o silêncio, na semana passada, porque foi arrolado no processo que a coligação de Carlos Abicalil (PT), candidato derrotado ao Senado, está movendo para impugnar a candidatura de Taques, com base na suspeita de fraude na ata. 

Ao ser intimado pela Justiça Eleitoral, Fiúza admitiu que houve fraude. 

Em entrevista , ele se disse “amargurado” com a situação e isentou o senador do PDT de qualquer envolvimento com a adulteração da ata

Apesar de ter admitido ao TRE a existência de fraude, ele descartou a possibilidade de mover algum processo reivindicando a vaga de primeiro suplente.

“O momento certo de fazer algo era em 2010, antes da posse. Mas, eu não tomei nenhuma atitude para não prejudicar o Taques, pois eu não tinha certeza de que a ação não iria respingar no mandato dele. E não me arrependo disso. Acho que fiz a coisa certa”, completou o empresário.

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