Ao menos 46 pessoas receberam a vacina contra Covid-19, a Coronavac, no lugar da dose contra gripe em um posto de vacinação de Itirapina (SP), na terça-feira (13). Entre os vacinados estão 18 adultos – sendo uma gestante – e 28 crianças. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde da cidade, o erro foi percebido durante o controle do estoque das vacinas, na quarta-feira (14). As informações são do G1.
De acordo com a prefeitura, uma técnica de enfermagem enviou frascos da Coronavac para o local onde está ocorrendo a campanha de vacinação contra gripe (influenza), na Escola José Cruz. Após a identificação da falha, a Vigilância Epidemiológica de Piracicaba foi acionada.
“Todas as providências para a segurança dessas pessoas foram tomadas e, segundo orientação dos médicos especialistas consultados, o fato não traz riscos para a saúde dos envolvidos”, afirmou a Prefeitura de Itirapina, por meio de nota ao G1.
Vacinados por engano devem ser acompanhados
Segundo a prefeitura, todos os vacinados por engano foram informados pessoalmente e a Secretaria de Saúde disponibilizou uma equipe médica para avaliação e orientação, com acompanhamento por 14 dias. “É importante salientar que até o momento nenhuma anormalidade foi detectada”, informou a prefeitura.
Conforme o infectologista Bernardino Souto, ainda não há testes suficientes para determinar os efeitos da Coronavac em crianças e gestantes e que, por isso, os pacientes que tomaram a vacina por engano devem ser acompanhados clinicamente.
“A luz da expêriencia com outras vacinas feitas com vírus inativado é possível que as crianças e gestantes acidentalmente vacinadas com a Coronavac não tenham efeitos adversos importantes, mas não há estudos clíncicos suficientes para dar essa certeza. É adequado manter essas pessoas sob monitoramento ao longo de algumas semanas ou meses para verificar alguma ocorrência que possa ser relacionada à vacina. No caso das gestantes, é adequado que também seja feito com os recém-nascidos”, disse o infectologista ao G1.
A Secretaria de Saúde de Itirapina informou que as providências na apuração de responsabilidades, na área administrativa e legal, estão sendo tomadas. Procurada pelo G1, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo informou que é responsabilidade dos municípios monitorar eventos adversos e seus pacientes. O Ministério da Saúde disse que irá se informar sobre o caso antes de se pronunciar.