Sim, um coração partido pode te matar

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Fogo que arde sem se ver, ferida que dói e não se sente. É o amor – de acordo com Camões. O poeta só esqueceu de dizer uma coisinha: o sentimento, ou a perda dele, pode ser fatal. De acordo com um novo estudo americano, ter o coração partido não é apenas uma sensação horrorosa, mas uma situação que pode, literalmente, matar.

A conclusão é de um estudo publicado por seis universidades dos estados americanos do Texas, da Pensilvânia e de Ohio. Os pesquisadores focaram em um caso muito específico de coração partido: o luto. De acordo com os resultados, pessoas que perderam a pessoa amada têm até 50% de chances a mais de morrer de uma doença cardíaca. “Nos primeiros 6 meses após a morte de um cônjuge, a viúva/viúvo tem o risco de morte elevado em 41%”, afirma Chris Fagundes, psicólogo da Universidade de Rice e responsável pelo estudo. “Dentro dessa margem, 53% dessa elevação se deve à problemas cardiovasculares”, completa.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram 64 pessoas, todas com a idade média de 67 anos. Metade delas havia entrado em luto nos últimos três meses, a outra metade não. As diferenças nos exames eram claras. O grupo que havia perdido seu parceiro exibia maiores níveis de citocinas pró-inflamatórias (proteínas que aparecem no sangue quando o sistema vascular começa a apresentar inflações). Além disso, o coração desses pacientes apresentava mais sinais de disritmia cardíaca. Ambos fatores são característicos em pessoas com risco de infarto.

A conclusão é frágil, principalmente pelo pequeno número de pessoas analisadas. De qualquer forma, os cientistas acreditam que o estudo pode servir de base para que, no futuro, novas pesquisas sobre o tema sejam feitos – com cada rigor e detalhamento científico. “Mesmo que nem toda pessoa que passou por uma situação de luto tenha as mesmas condições cardíacas, é importante pontuar que esse risco existe”, diz Fagundes. “Em um próximo trabalho, procuramos identificar subgrupos de risco para viúvos/viúvas, e quais são as pessoas mais resistentes às cicatrizes psicológicas do enlutamento”, completa.

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