Pela primeira vez o governador Silval Barbosa (PMDB) falou sobre as suspeitas de fraude na emissão de Cartas de Crédito por parte do Executivo. Segundo ele, em março do ano passado foi notificado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e determinou, imediatamente, que a Auditoria Geral fizesse o levantamento dos valores pagos a cada agente administrativo fazendário, servidores da secretaria estadual de Fazenda. (Sefaz). A afirmação do governador bate com tudo que havia sido falado tanto pelo auditor, José Alves, como por secretários de governo. A novidade, entretanto, é que agora foi Silval quem quebrou o silêncio.
“Nós fizemos tudo era que possível. Agora está nas mãos da Justiça e eu quero ver o desdobramento”, declarou. Além disso, o peemedebista lembra que já determinou a suspensão da emissão e compensação de qualquer Carta de Crédito. “Tudo que nós pudemos fazer, nós fizemos. Agora vamos esperar a resposta das investigações para definir quais serão as providências”, pontuou. A emissão foi autorizada ainda no governo Blairo Maggi (PR).
O escândalo das cartas “explodiu” em 14 de dezembro, quando a Delegacia Fazendária deflagrou a operação “Cartas Marcadas”, que resultou na prisão temporária de seis pessoas, dentre servidores da Sefaz, advogados e o contador que refez os cálculos dos valores que deveriam ser pagos aos agentes. Até mesmo o concunhado do deputado estadual Gilmar Fabris, Ocimar Carneiro de Campos, acabou atrás das grades e o parlamentar teve sua casa alvo de busca e apreensão. Todos os detidos foram liberados cinco dias depois da deflagração da operação.