Fernando Ordakowski
Deputado Wellington Fagundes estava interferindo na administração e, preocupado, Silval Barbosa decidiu barrá-lo
Wellington Fagundes, deputado de sexto mandato e presidente regional do PR, começou a se apresentar como principal responsável pela reeleição do governador Silval Barbosa e a ditar tanto as cartas no Palácio Paiaguás que acabou recebendo cartão amarelo do peemedebista. Silval já o barrou. Nas conversas informais, mandou avisar ao republicano que não aceita interferência em sua administração e que muito menos o apoiará em eventual projeto majoritário no pleito de 2014. Wellington busca, desde já, viabilizar candidatura à sucessão estadual. Sua estratégia seria continuar mostrando poder junto ao Paiaguás, aproveitando-se do estilo light de Silval governar, para se tornar candidato natural da base em torno da máquina estatual.
O deputado emplacou vários aliados em cargos de segundo e terceiro escalões, um deles Valney Souza Corrêa, que segue na presidência do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea). O problema maior e que deixou o governador irritado foi quanto à pasta de Transporte e Pavimentação Urbana. Em princípio, Silval convidou Wellington para assumí-la, o que abriria espaço na Câmara para a suplente da coligação, ex-senadora Serys Marly (PT). A partir daí, o deputado sentiu-se dono da razão. Fez reuniões marcadas por mistério e exigências e, por fim, decidiu que não se afastaria do cargo de federal. Arnaldo de Souza, então, segue na pasta e, como é do PR, Wellington propagou que fora indicação sua, tudo para sentir-se no direito de interferir na condução da secretaria. Isso levou o governador a adotar linha dura quanto ao parlamentar.
A relação política entre Silval e Wellington já não é das melhores. O Paiaguás fechou algumas portas para o deputado. Por presidir a maior sigla no Estado em número de ocupantes de cargos eletivos, Wellington trabalha sua pré-candidatura a governador e apostava que iria ter Silval como cabo eleitoral, já que o peemedebista descarta disputa eleitoral em 2014. Pelo jeito, o tiro saiu pela culatra.