Romilson Dourado
O ex-governador Silval Barbosa, que retornou a Cuiabá após duas semanas fora do país, admitiu neste domingo que enfrentou todos os tipos de problemas na gestão, agravados, inclusive, por “herança” de compromissos que tinham sido assumidos pelo antecessor Blairo Maggi, mas enfatiza ter executado obras da Copa e deixado mais de R$ 4 bilhões em convênios. Sobre as críticas de Luiz Antonio Pagot que, em entrevista ao Rdnews, disse que o peemedebista concluiu o mandato de forma patética, deixando apenas R$ 84 mil na Conta Única do Estado – saiba mais aqui -, Silval disparou: “A maioria dos problemas que assumi vieram da época do Pagot (quando foi secretário de Infraestrutura)”.
Edson Rodrigues
Ex-governador Silval Barbosa culpa Luiz Pagot por lambanças administrativas
Na ótica de Silval, quem tem de dar explicações é o ex-secretário, citado em depoimento por Eder Moraes como o gestor que “estourou” o orçamento da secretaria de Infraestrutura em mais de R$ 100 milhões e deu início ao esquema de lavagem de dinheiro, usando o Bic Banco, pedindo para empresários recorrerem a empréstimos. Ex-secretário de Fazenda, Eder afirmou que foi no governo Blairo, numa articulação de Pagot, que começaram irregularidades descobertas depois pela Polícia Federal nas etapas da operação Ararath.
“O Pagot tem de cuidar da vida dele e deixar os outros em paz. Se tem lambança, essa lambança foi provocada por ele. Tem muitos empresários hoje numa situação constrangedora por causa do senhor Pagot, pois eles foram orientados a recorrer a empréstimos ao Bic Banco como única forma de receber do Estado”.
Vergonha nacional
Silval, que era vice de Blairo e em abril de 2010 assumiu a cadeira de governador, de cujo posto só saiu no último dia 31 de dezembro, afirma ainda que Pagot se tornou uma “vergonha nacional”. Lembra que praticamente todas as lideranças políticas, especialmente Blairo, lutaram para o ex-secretário assumir a direção-geral do Dnit, uma das autarquias mais cobiçadas da estrutura do governo federal. E Pagot acabou sendo exonerado por envolvimento em escândalo.
“Ele (Pagot) saiu do Dnit pelas portas do fundo. Ele manchou a imagem de MT perante o país. Além disso, foi acusado até de ser funcionário fantasma do Senado, quando esteve lotado no gabinete do ex-senador Jonas Pinheiro”, disparou o ex-governador, demonstrando irritação pelas críticas feitas por Pagot, que na campanha do ano passado entrou na reta final em apoio ao hoje governador Pedro Taques. Silval avisa: “O Pagot tem mais coisas para dar explicações”.
