Shakes para emagrecer apresentam desequilíbrio nutricional, indica análise

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Ingerir shakes substitutos de refeição com frequência, consumidos por quem pretende emagrecer, pode não ser uma boa ideia se não houver acompanhamento adequado de um especialista, indica análise feita pela Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) e divulgada nesta segunda-feira (1º). De forma geral, a entidade identificou desequilíbrio nutricional ao testar a qualidade de cinco produtos do ramo – Bio Slim, Diet Shake, Diet Way, Herbalife e In Natura.

Segundo a Proteste, o emagrecimento rápido pela dieta com os shakes pode resultar em perda de músculos e de água, e não de gordura. As análises ainda apontaram que os produtos fornecem proteínas e carboidratos demais, mas gorduras de menos. O teor calórico dos shakes também é baixíssimo, o que os torna desaconselháveis para a saúde, diz a entidade.

A análise das bebidas revelou valor energético de 190 kcal para a Herbalife e 230 kcal para o Diet Shake, valores considerados baixos para a instituição. No teste, os shakes estavam misturados ao leite. Em nota, a Proteste explica que "para perder peso é preciso consumir menos calorias", mas o "corpo humano precisa de energia para se manter vivo". Consumir quantidades insuficientes de calorias pode resultar em malefício para a saúde e a dieta

Já uma quantidade exagerada de proteínas pode acarretar problemas renais e hepáticos, além da perda de cálcio pelo organismo, diz a Proteste, afirmando que os shakes avaliados estão dentro dos limites legais da substância. A organização não concorda com as regras da legislação sobre o assunto, pois acha que a porção de proteína nos shakes não deveria ultrapassar os 10% a 15% de valor energético do produto – a análise indicou que as bebidas fornecem em média 32% de proteína.

A quantia de carboidratos ultrapassou os 50% a 60% do valor calórico total em três dos produtos avaliados (Bio Slim, Diet Shake e Diet Way), quando o ideal para uma dieta saudável, segundo a Proteste, deve ficar abaixo disso. A quantidade de gordura presente nos shakes é "insignificante" para a entidade. Além disso, a análise revelou que os produtos Diet Shake e Herbalife não têm data de fabricação, sendo que o segundo também não informa a validade após aberto.

A entidade também relatou que a quantidade de fibras nos shakes para substituir uma refeição deveria ser de dez gramas por porção. A análise mostrou que nenhum dos produtos "chega perto deste valor."

 

Outro lado

Em nota, a Herbalife informou que não reconhece a pesquisa da Proteste por "desconhecer a sua metodologia". A empresa afirma que seus produtos foram submetidos a "rigoroso processo de aprovação" da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que trabalha "totalmente dentro da legislação". A Herbarium, fabricante do produto Bio Slim, também defendeu em nota que está de acordo com a legislação brasileira e cobrou os critérios utilizados na análise da Proteste.

Responsável técnica pelos produtos da In Natura, a engenheira de alimentos Valéria Cristina Almeida Lima disse que a empresa obedece "estritamente" o que determina a Portaria nº 30 da Anvisa, de 1998, que dispõe sobre a ingestão de alimentos para controle de peso e substitutos de refeição. A especialista rebate a afirmação da Proteste de que os produtos têm quantidades "insignificantes" de gordura:

– A legislação diz que o máximo de gordura permitido é de 30%. Nosso produto tem 7% e consideramos uma quantidade razoável. Também não entendemos que há excesso de proteínas. O corpo precisa delas para aumentar a musculatura.

A Nutrilatina, fabricante do Diet Shake, informou por meio de sua assessoria de imprensa que ainda não tem resposta à análise da Proteste. A reportagem não conseguiu entrar em contato com o fabricante do Diet Way.

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EPISÓDIO 1

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