Elayne Mendes/GD
Servidores do Serviço Atendimento Móvel de Urgência (Samu) denunciam diversas irregularidades dentro do serviço, prestado em Cuiabá e Várzea Grande. Segundo os trabalhadores que não querem se identificar por medo de retaliação, os problemas estão desde os veículos utilizados para o transporte dos pacientes, até a diretoria do órgão.
Em uma lista encaminhada à reportagem do Gazeta Digital, são elencados 19 problemas. O primeiro se trata da direção do Samu. Os servidores relatam que o diretor geral é um oficial da marinha na ativa, algo que é incompatível com o cargo designado de diretor, configurando acúmulo de vínculo no serviço público, junto ao cargo de chefia.
Outra questão considerada pelos servidores como grave e que atinge diretamente a população é a falta de manutenção de ambulâncias. Segundo eles, muitas estão rodando sem condições mínimas, pois apresentam problemas no freio, outras estão com vazamento de óleo e com pneus ‘carecas’.
Há a denúncia também que funcionários durante os plantões não têm recebido alimentação, ficando durante todo o expediente sem contar com o benefício. Outro problema estrutural é a falta de material básico de higiene e limpeza. “Quem se incomodar, tem que trazer de casa, que é o que ocorre em muitos casos”.
Além disso, há ocorrência de funcionários exercendo desvio de função, uns não estão cumprindo a carga horária estabelecida e outros sendo demitidos por perseguição política e motivos de cunho pessoal.
Os servidores informaram que a situação do Samu está insustentável, e que não há condições de continuar trabalhando. “Todos dependem do serviço para sobreviver e por isso reivindicamos condições mínimas de trabalho e uma averiguação quanto as diversas irregularidades que norteiam o serviço”.
Outro lado – Por meio da assessoria de comunicação, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) informou que todas as denúncias serão apuradas. Com relação à direção do Samu, a SES afirmou que o diretor, João Tatsuro Katsuyama Junior, encontra-se regular, uma vez que a legislação da saúde pública permite até dois vínculos públicos, desde que a um cargo não afete o outro. E que irá averiguar se houve má fé por parte do referido diretor.
Sobre os problemas das ambulâncias a Pasta destaca que existe uma oficina que presta manutenção regular aos veículos do serviço e desconhece qualquer problemas com relação a isso. Inclusive, por causa da Copa do Mundo, 9 novas ambulâncias chegarão no Estado até final deste mês.
A SES negou qualquer caso de perseguição política, uma vez que todos os servidores passam por um processo seletivo para entrar no quadro de funcionários do Samu. Com relação às demais denúncias, a SES informou que todas serão analisadas, junto ao setor de Recursos Humanos e a Diretoria do serviço.
