Bloco de Carlos Abicalil, com Ságuas Moraes e Alexandre Cesar, se vê livre do grupo de oposição liderado por Serys
O grupo de Carlos Abicalil, do qual fazem parte os deputados Ságuas Moraes (federal) e Alexandre Cesar (estadual), decidiu acabar com uma banda do já combalido PT em Mato Grosso e, assim, se tornar unanimidade interna. A única base de resistência captaneada pela ex-senadora Serys Marly foi anulada. Sob orientação do bloco de Abicalil, da mesma corrente de José Dirceu e Delúbio Soares, a comissão de Ética apresentou relatório pela expulsão de Serys e também pela advertência à Eroísa de Mello e por advertência e suspensão à ex-deputada Vera Araújo e ao vereador por Cuiabá Lúdio Cabral – saiba mais aqui. Serys se vê numa situação delicada. Além de perder para deputada federal, ainda encontra as portas fechadas do seu partido.
Abicalil foi derrotado ao Senado e já conseguiu emprego de assessor especial no Ministério da Educação, em Brasília. Antes de abrir mão da presidência regional do petismo para ter o amigo Ságuas no comando partidário, ele orientou a comissão de Ética a agir com rigor contra Serys e outros traidores da campanha. Não "engoliu" o fato da ex-senadora tê-lo rejeitado como candidato e, de quebra, ainda trabalhar pela eleição de Pedro Taques (PDT), que conquistou uma das duas cadeiras em disputa. A outra ficou com Blairo Maggi (PR).
O PT ficará ainda menor. Por causa da expulsão de Serys, vários militantes devem pedir desfiliação. Devido às brigas internas, o partido vem perdendo espaço. É grande em âmbito nacional, tanto que comanda o país com a presidente Dilma Rousseff, mas está pequeno em Mato Grosso.
Apesar de ter disputado várias eleições majoritárias, inclusive com Serys, Abicalil e Alexandre, o petismo nunca conquistou o governo estadual. No ano passado, só assegurou uma cadeira na Assembleia. Reelegeu Ademir Brunetto. Até então, por três legislaturas seguidas, contava com dois representantes. Dos 8 federais mato-grossenses hoje, um é petista: Ságuas. O problema é que ele perderá a vaga para Nilson Leitão (PSDB) que, com recálculos dos votos e inclusão daqueles que estavam sub judice devido à postergação da vigência da Lei da Ficha Limpa, o tucano passa a ter direito ao posto que hoje é ocupado pelo petista. De 141 prefeitos, somente 15 são do PT. O partido possui 17 vice e, num universo de 1,3 mil vereadores, ocupa 115 vagas.
Desiludidos, militantes históricos se afastaram, como Gilney Viana e Wanderlei Pignati. Restou a banda de Abicalil, que agora, livre, faz o que bem entender do partido. Busca composições para, a todo custo, aproveitar as benesses do poder.