Antônio Pires bate cabeça para evitar que a Saúde de Cuiabá entre em colapso. Há pouco mais de um mês como comandando a pasta, ele já tem que resolver problemas graves como a existência de uma suposta quadrilha, que vendia lugares da fila do SUS. O grupo, conforme o Ministério Público, é formado por funcionários do Hospital e Pronto-Socorro da Capital, desde gesseiros até médicos.
A denúncia caiu como uma bomba e colocou a gestão Chico Galindo (PTB) contra a parede. Por isso, todos os funcionários foram afastados e uma comissão gestora colocada no lugar. Com medo de que a situação saia do controle, Galindo designou o secretário de Governo Lamartine Godoy para integrar o grupo, acompanhar a apuração do caso e garantir que, se comprovadas as irregularidades, eles sejam punidos.
A ideia é passar uma imagem de austeridade à população. O problema é que o sistema de regulação, segundo o MP, é falho, precisando de um acompanhamento mais rigoroso. Pires já havia se preparado para um cenário complexo, mas acabou encontrando uma situação ainda pior.
Durante a gestão de Luiz Soares, que foi substituído pelo ex-secretário Maurélio Ribeiro, os servidores reclamavam da falta de diálogo do gestor e chegaram a pedir a sua cabeça. Maurélio conseguiu amenizar a situação e Pires garante dar continuidade a esta política de diálogo
Especialista em administração hospitalar, ele tem pela frente um verdadeiro quebra-cabeça para montar. Precisa motivar e capacitar os profissionais para que a população receba um bom atendimento; melhorar o Pronto-Socorro, que está caindo aos pedaços; e buscar uma saída para a demanda do interior, que sobrecarrega a rede pública.