A secretária de Estado de Educação, Rosa Neide Sandes, negou que tenha pedido demissão do cargo ao governador Silval Barbosa (PMDB).
Durante entrevista à Rádio CBN, na manhã desta sexta-feira (25), ela desmentiu reportagem da edição de hoje de A Gazeta, segundo a qual sua demissão teria ocorrido por pressão da Assembleia Legislativa, que aprovou, nesta semana, procedimento para investigar a pasta da Educação.
Conforme a secretária, ontem (24), ela trabalhou normalmente até às 22h e, hoje, começou a receber ligações às 6h, quando foi informada que teria se demitido.
"Fiquei surpreendida. Não temos problema nenhum quanto a investigação ou a auditoria que será realizada na Seduc. Eu sou professora há 30 anos e mulher. Com isso, certas pessoas pensam que sou frágil e vão plantando inverdades", afirmou.
Ainda segundo Rosa Neide, mesmo que não haja a possibilidade de sair da pasta por iniciativa própria, a decisão final cabe às negociações feitas entre o PT, sigla que ocupa a Seduc desde a administração de Blairo Maggi (PR), e o governador Silval Barbosa.
"O cargo é do PT e do Silval [governador]. Por iniciativa minha, permaneço. E estou tranquila quanto às investigações que ocorrerão e servirei à Educação, até que seja de consenso de todos. Nosso papel sempre foi prestar contas e, em relação a isso, sempre as tivemos aprovadas", completou.
Deputados
Apesar disso, a secretária estranhou o fato de a Assembleia aprovar uma investigação e auditoria sem, ao menos, notificar a pasta antes ou explicar motivos concretos.
"A única preocupação, no conjunto dos funcionários da Seduc, é que não tem indício nenhum de irregularidade, nenhum possível objeto de investigação. Então, qual foi o motivo dessa atitude? Se, em algum momento, deixamos de atender algum deputado ou demoramos para atendê-lo, não fomos notificados", observou.
Questão política
Segundo a reportagem de A Gazeta, a decisão de apurar possíveis irregularidades na Seduc teria desagradado ao núcleo do PT em Mato Grosso, que, atualmente, conta com um deputado federal e um deputado estadual.
As investigações, inclusive, foram veiculadas nesta semana como uma possível represália ao partido, fato que Rosa Neide não quis comentar.
"Eu não quero entrar nisso, em relação a chapas e partidos. Dentro da secretaria, a gente não conversa ou trabalha no âmbito partidário, mas sim no âmbito da Educação", disse.
Casa Civil
A possível demissão da secretária também foi negada, oficialmente, pela Secretaria de Comunicação Social (Secom).
Em nota de esclarecimento, o Governo do Estado afirmou que é "de confiança" o relacionamento entre Rosa Neide Sandes e o governador Silval Barbosa.
Confira a íntegra da nota:
"O Governo do Estado informa que a secretária de Estado de Educação, Rosa Neide Sandes de Almeida, não solicitou o pedido de demissão do cargo. Ela continua firme e forte no cargo.
Rosa Neide tem a confiança do governador Silval Barbosa, da Casa Civil e de toda a equipe de Governo.
O secretário-chefe da Casa Civil, Eder Moraes, afirmou que a secretária Rosa Neide é um quadro qualificado competente e imprescindível para o Governo do Estado de Mato Grosso. 'Portanto, não há qualquer fundamento nesse comentário. A tendência de desestabilizá-la não encontrará nenhuma possibilidade de êxito', disse Moraes".
