Governador afirma que população compreende sacrifícios e se diz otimista
LAÍSE LUCATELLI
Midia News
Silval também ressaltou a postura da população, que, segundo ele, tem se mostrado “compreensiva” com as intervenções que estão prejudicando o trânsito. E disse não acreditar que exista uma campanha, supostamente da parte de segmentos políticos, tentando influenciar a opinião pública contra a Copa do Pantanal.
“Eu quero crer que não haja, de fato, uma campanha como essa. Mas, se houver, é uma maldade das mais perversas, porque eu sou passageiro aqui no Governo e todas essas obras que estamos fazendo são para trazer qualidade de vida à população e valorizar nossa cidade. Se realmente houver alguém tentando prejudicar as obras, é muita baixaria, é muito pequeno”, disse, em entrevista exclusiva aoMidiaNews.
Silval observou que as intervenções causam transtornos no trânsito e geram reclamações, mas que isso é “natural”. Ele observou que, apesar de reclamar das dificuldades, a população tem o entendimento de que essas obras melhorarão o fluxo na cidade quando forem entregues.
“Não tenho percepção nenhuma de que a sociedade está reclamando das obras. Se você perguntar para os cidadãos o que eles acham, vão dizer que realmente está difícil para andar, mas que tudo isso é para melhorar nossa cidade. Quando você sai um pouco da zona de conforto, você fica incomodado, mas eu não vejo ninguém revoltado, raivoso. Muito pelo contrário. O povo mato-grossense é incrível, fantástico e está ajudando. Não existe sociedade mais compreensiva que a nossa”, disse.
“Quando você mexe com a vida das pessoas e as tira da zona de conforto, lógico que elas reclamam. Mas, as pessoas se adequam. Se eu saio do Jardim das Américas às 6h ou 6h30, gasto 15 minutos até o Palácio Paiaguás. Mas, se eu saio às 7h ou 7h30, eu levo 40 minutos para fazer o mesmo trajeto”, observou, se referindo ao trajejo de sua residência ao local de trabalho, no Centro Político e Administrativo (CPA).
O governador destacou, também, o aumento de trabalho devido à mudança do modal de mobilidade urbana, de BRT (Bus Rapid Transit) para VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), e o fato de que o Governo não se ateve apenas às obras contidas na matriz de responsabilidade.
“Nunca houve um volume de obras tão grande direcionadas para uma região como está havendo aqui. Se fosse me ater à meia-dúzia de obras da matriz da responsabilidade, eu já teria zerado a maioria. Se fosse para fazer o tradicional, eu faria o BRT, que já estaria pronto, mas o trânsito continuaria ruim do mesmo jeito. Então, estamos propondo coisas diferentes, para melhorar nossa cidade, ser a primeira da América Latina a ter um transporte coletivo de massa moderno e que dá qualidade de vida e conforto”, disse.
Problemas na execução
De acordo com o governador, a falta de mão-de-obra na capital é um dos principais problemas para a execução das obras. “Tem pouca gente para trabalhar em Mato Grosso, principalmente agora, que a economia está aquecida em vários setores. Quando os empresários trazem gente de fora, eles não querem trabalhar só 8 horas, eles querem ganhar dinheiro. Mas o Ministério do Trabalho não permite nada”, reclamou.
Silval citou, ainda, que, pelo volume de obras, surgem problemas diversos que também acabam dificultando a execução. “São 56 obras, e várias têm um ou outro problema. Tem interferência da rede de energia, de canos de água, de adutora, de fibra ótica. Mas, nós tivemos somente duas empresas que deram problemas, em todo esse volume de obras”, disse.
“O maior problema era com uma das construtoras da Arena [a Santa Bárbara], que estava em um processo de recuperação judicial e vinha capengando. Mas ela já saiu e, agora, toda a responsabilidade está com a Mendes Júnior, que é uma das melhores construtoras do país. E a Ster Engenharia, que deu problema por vários motivos, nós a estamos substituindo. Nessa nova contratação, vamos exigir, no mínimo, dois ou três turnos. Então isso não vai impactar no prazo de entrega da obra”, completou.
Silval destacou, também, as dificuldades de se realizar obras públicas, em função da legislação rígida e da falta de recursos.
“Fazer obras no Brasil, com o nível exigência que temos, não é uma coisa simples. Nós passamos esses dois anos com um compromisso com a Fifa de executar obras, mas não tinha projeto e nem fonte de recursos. Então, fomos correr atrás de tudo isso, e conseguimos”, disse.
Obras entregues
Silval destacou que, apesar dos obstáculos, está muito confiante na entrega das obras no prazo. “Eu estou tranquilo e confiante que as construtoras vão cumprir sua obrigação. E não falo por mim, mas por força de contrato”, afirmou.
O governador elogiou, também, o trabalho do secretário Maurício Guimarães à frente da Secopa e descartou substituí-lo.
“Estou muito satisfeito com o trabalho dele. Eu nunca tive nenhuma dúvida quanto à sua capacidade. Enquanto muitos estão tranquilos, no conforto de suas casas, nos finais de semana, Maurício está com a sua equipe trabalhando. E eu tenho acompanhado isso muito de perto”, completou.