O sistema de saúde hospitalar de Mato Grosso acaba de dar entrada na UTI. Nesta semana, 4 dos 7 hospitais regionais mantidos pelo Estado anunciaram paralisação no atendimento, operando apenas com urgências e emergências. As unidades estão suspendendo suas atividades por falta de recursos, atrasos nos repasses e também do pagamento do salário dos médicos e demais profissionais da saúde. Há casos em que o repasse do custeio (dinheiro que subsidia o funcionamento do hospital), está atrasado desde o mês de abril.
O colapso na saúde só não foi anunciado antes devido ao período eleitoral. As OSS (Organizações Sociais de Saúde), que são as instituições que administram as unidades hospitalares do Estado mediante contrato, estão trabalhando há quase 5 meses sem receber. A situação não é diferente nas unidades gerenciadas pelos consórcios intermunicipais.
A primeira unidade a anunciar a paralisação dos serviços foi o Hospital Regional de Colíder. Na terça-feira (4), as 4 empresas contratadas para prestar os serviços na unidade encaminharam um documento à secretaria Estadual de Saúde e ao Ministério Público, informando que paralisariam as atividades dentro de 4 dias caso os pagamentos pendentes não fossem regularizados, pelo menos até o mês de julho. As empresas estão desde o mês de maio sem receber os valores previstos nos contratos, o que tem causado atraso inclusive no pagamento dos salários dos profissionais da saúde. A partir de amanhã, sábado, se não houver uma resposta positiva do Estado, o Hospital de Colíder irá suspender o funcionamento das UTI’s, enfermaria, atendimento ambulatorial, cirurgias gerais e eletivas. Apenas Urgência e Emergência estarão funcionando.
Situação similar é registrada no Hospital de Alta Floresta. Otém, quinta-feira (6), o corpo clínico da unidade informou que paralisará as atividades caso os salários atrasados dos médicos não seja regularizado até o dia 10 de maio. O último salário pago aos profissionais da saúde de Alta Floresta foi referente ao mês de junho. Ou seja, 3 meses de salário atrasado.
O Hospital Regional de Rondonópolis, no sul do Estado, também anunciou na manhã de ontem a suspensão dos serviços. O motivo também é o atraso nos repasses. A unidade atenderá de forma parcial, apenas casos classificados como urgência.
O Hospital Regional de Sorriso, que atende o médio Norte do Estado, anunciou sua paralisação na quarta-feira (5). Em documento, o corpo clínico da unidade comunica que, após exaustivas tentativas de resolver o problema com o Estado, suspenderá todo o atendimento dentro de 48 horas, incluindo as urgências e emergências. O Hospital de Sorriso fecha as portas hoje, sexta-feira, porque seus profissionais estão com os salários de abril, julho e agosto atrasados em sua totalidade, além dos pagamentos referentes ao mês de junho para algumas empresas.
Com a paralisação dessas unidades, o Estado “perde” 465 leitos hospitalares, diminuindo consideravelmente a sua já comprometida estrutura de saúde.
Continuam em operação os hospitais regionais de Sinop, Cáceres e Peixoto de Azevedo, além do Hospital Metropolitano de Várzea Grande. Todas essas unidades também registram atrasos nos repasses feitos pelo governo do Estado.
Veja os documentos: