Trinta e sete novas unidades brasileiras entraram na lista de plantas impedidas de exportar carne à Rússia. O Serviço Veterinário daquele país (Rosselkhoznadzor) fechou uma nova listagem, incluindo frigoríficos de carne bovina, aves e armazéns frigoríficos, segundo fontes do setor nacional de carnes, que não teve o nome divulgado. Mesmo sem nenhuma informação oficial no site da autoridade russa, a fonte informou que o fato aconteceu por orientação do governo brasileiro, que apresentou uma relação de empresas durante recente visita ao país.
Não há a informação de onde as plantas estão localizadas. No dia 15 de junho deste ano, 85 frigoríficos brasileiros de carnes suína, bovina e de aves localizados em Mato Grosso, Pará e Rio Grande do Sul tiveram as negociações com o país embargadas. Os russo alegam motivos sanitários. Do total de plantas, 17 (de bovinos) estão situadas em Mato Grosso. Ainda segundo a fonte do setor de carnes, o segmento aguardava a suspensão do embargo às 85 unidades, o que ainda não aconteceu.
Em Mato Grosso, o secretário-executivo do Sindicato das Indústrias Frigoríficas (Sindifrigo), Jovenino Borges, informou que soube da notícia, porém sem informações acerca da identidade das empresas. Superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, também não tem mais detalhes sobre a restrição, mas adianta que trata-se de uma questão comercial e não sanitária como os russos argumentam. "O Brasil é um dos países que mais se preocupam e é exemplo de sanidade em todo o mundo, atendendo os mercados mais exigentes. Essa barreira da Rússia é estritamente comercial".
Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a Rússia é um dos grandes compradores de carne bovina mato-grossense. No primeiro semestre deste ano foram exportadas 27,2 mil toneladas em equivalente carcaça ao país, de um total de 96,5 mil (t) negociadas no mercado externo.
