O presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva (PP), afirmou que a confirmação de sua ida para o PSD desencadeará a possibilidade de lideranças do PMDB, PPS, PSB e DEM aderirem à nova sigla. Do PP, ele adiantou que o vice-governador Chico Daltro e os suplentes de deputados federais Neri Geller e Roberto Dorner já estão confirmados.
A bancada do PP no Parlamento estadual também estuda a possibilidade de migração à nova sigla, porém vários detalhes precisam ser definidos.
O deputado federal Eliene Lima, secretário de Ciência e Tecnologia, e o próprio Riva também migrarão para a legenda recém-fundada pelo prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Seu objetivo é transformar o PSD em uma das maiores legendas do país.
Hoje de manhã, Riva explicou que a vontade de migrar para o PSD se deve à possibilidade de auxiliar na construção de um novo projeto político – e unir, em uma só legenda, seus aliados que estão fora do PP.
"Se ocorrer a filiação todos estarão juntos. Tenho a chance de unir vereadores e prefeitos do PPS, PSB, DEM, PMDB, enfim, vários aliados numa única legenda, o que não é permitido atualmente pela legislação. Ainda nesta semana anuncio minha decisão", disse.
O parlamentar negou que sua saída do PP seja provocada por divergências com o deputado federal licenciado e secretário de Estado de Saúde Pedro Henry. Nos bastidores, comenta-se que Riva estaria descontente com manobras de Henry para controlar os diretórios municipais.
"O partido que não tem divergência simplesmente não existe. Mas, não é por conta disso que posso sair. Isso se deve a minha vontade de contribuir com a construção de um projeto político", disse.
Telefonema
Pela manhã, Kassab telefonou para Riva solicitando que o parlamentar liderasse o PSD em Mato Grosso, o que foi descartado neste momento. "Não tenho perfil para ser presidente do partido, mas posso auxiliar de outras maneiras", garantiu.
Riva ainda negou que sua saída do PP seja motivada pela intenção de concorrer ao Senado ou governo do Estado em 2014. "Esse é o meu último mandato de deputado estadual, mas meu futuro político ainda está indefinido. Tenho que conversar muito com minha base partidária", afirmou.
Fortalecimento
Com a eventual migração de Riva para o PSD, a legenda deve assumir o posto de terceiro maior partido em Mato Grosso em número de filiados com mandado eletivo perdendo apenas para PR e PMDB. Isso porque mais de 300 vereadores e 80 prefeitos deverão acompanhar o presidente da Assembleia Legislativa neste novo projeto político.
Nesta quarta-feira (13), Riva, Chico Daltro, Eliene Lima, o ex-presidente da UCCMAT (União das Câmaras Municipais de Mato Grosso), Aluízio Lima estarão em Brasília assinado o manifesto de apoio a fundação do Partido Social Democrático (PSD). O evento será liderado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab e ocorrerá na Câmara dos Deputados.
Apesar de toda a movimentação, o registro do partido político no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ocorrerá somente em junho. Até lá, novas rodadas espalhadas pelos Estados serão feitas para absorver lideranças partidárias.
Nomes de peso
Embora seja recém fundado, o PSD já conseguiu a filiação do governador do Amazonas, Omar Aziz, que já avisou que deixará o PMN. A senadora Kátia Abreu (TO) já avisou que deixa o DEM para ingressar na legenda socialista.
A mesmo trilha é avaliada pelo governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (DEM). O vice-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, também deixa o PMN para ingressar no PSD.
A expectativa é que em julho a legenda socialista já tenha 43 deputados federais, 3 senadores, 4 vice-governadores e 1 governador. Em relação a deputados estaduais, a meta é ultrapassar 80 filiados.