Ocupando o quinto mandato de deputado estadual, o presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, revelou, que planeja abandonar a vida pública.
O parlamentar, que sempre figurou na lista dos mais votados, informou que já mantém conversas com a família a respeito do assunto.
"Firmei o compromisso, com a minha família, de que não disputaria eleição eternamente e faria uma avaliação da minha vida em determinado momento. Tenho muitos problemas de saúde e iria analisar o melhor momento de parar. Já estava disposto a cumprir este mandato e tocar minha vida particular", disse.
Riva alegou que um dos motivos para planejar o fim da sua carreira política são as turbulências que enfrentou nos mandatos políticos, o que tem afetado sua vida pessoal.
"Tenho sofrido desgaste muito forte pelo lado físico, mental, intelectual e principalmente moral, pelas críticas injustas. Quem sabe a maneira como cheguei aqui sabe do meu comprometimento em relação à Assembleia Legislativa", observou o parlamentar.
Sentimento de injustiça
O parlamentar destacou ainda que as acusações contra a figura do político também têm lhe provocado desânimo.
"Infelizmente, tenho que ouvir algumas pessoas, muitas vezes, me chamando de ladrão e antiético. Isso chega a cansar, porque sou um político compromissado com as causas populares e tenho muita preocupação em ver o povo melhorar a qualidade de vida, ver o Estado avançando", afirmou.
Riva disse que sua preocupação com o bem-estar social de Mato Grosso tem levado a ser um homem público com desempenho acima da média, nas suas obrigações.
"Eu não sei fazer nada pela metade. Acordo todos os dias às 5h da manhã e vou dormir à meia-noite. Gosto de ser comprometido. Hoje mesmo [quinta-feira, dia 29 de setembro], às 7h da manhã, já tinha atendido mais de 10 populares e procurando ajudar 30 prefeitos, que me procuram pedindo ajuda aos municípios", revelou.
Inocência
Os processos a que responde na Justiça, por conta de mais de 100 ações movidas pelo MPE (Ministério Público Estadual), conforme Riva, não são o motivo para desanimá-lo de fazer parte do mundo da política.
"Tenho uma leitura bastante clara de que, na avaliação jurídica e técnica destes processos, eu não devo nada. Se eu tivesse desviado R$ 500 milhões, não estaria de cabeça erguida. E a Assembléia Legislativa não teria funcionado, se o dinheiro fosse desviado. Não tenho preocupação com isso. Sei que, numa análise isenta, vou ser inocentado. A Receita Federal nunca constatou nada de errado: tudo está em meu nome e da minha esposa", informou.
Mesmo com a pretensão de abandonar a disputa de cargos eletivos, não está descartada a sua participação na política. "Posso contribuir com Mato Grosso como cidadão. Para fazer política, não preciso, obrigatoriamente, ocupar cargo público", argumentou Riva.
Legado da vida pública
Idealizador em Mato Grosso do PSD (Partido Social Democrático), Riva alega que o fortalecimento da legenda será o principal legado que vai deixar na vida pública.
O partido, recém-aprovado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), é liderado no país pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e, em Mato Grosso, planeja ter 51 prefeitos, 300 vereadores, 7 deputados estaduais e 3 deputados federais, figurando como principal sigla política do Estado.
"O principal legado que vou deixar é o PSD, que vai reunir companheiros que sempre acreditaram no meu trabalho. Quando comecei o processo de fundação do partido, o Kassab perguntou qual era o meu objetivo. Eu disse que seria agregar todos os meus companheiros que estavam ameaçados de expulsão. Recebi o apoio de prefeitos e vereadores do PSB, PPS, DEM, PDT, PSDB, PMDB. A mudança de partido vai permitir a união dos meus aliados", completou José Riva.
