A repórter da TV Centro-Oeste (SBT/Canal 6), de Pontes e Lacerda (448 km a Oeste de Cuiabá), Márcia Pache, avaliou, nesta sexta-feira (25), que a Justiça deu uma resposta à sociedade ao decidir pela condenação do ex-vereador Lourival Rodrigues Moraes, vulgo "Kirrarinha", a um ano de prisão.
No entanto, ela destacou que o agressor deveria cumprir pena em regime fechado, e não aberto, conforme prevê a decisão do juiz Gerardo Humberto Alves, da Comarca da cidade.
A jornalista foi agredida com um tapa no rosto, em junho do ano passado, quando tentava entrevistar o ex-vereador, no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) da cidade, após ele prestar depoimento sobre um inquérito a que respondia na época.
"A decisão não foi como esperávamos, em função de ele responder por vários processos. Mas, reconheço que houve uma resposta à sociedade e me sentiria mais segura se ele estivesse preso. Fico um pouco tensa, pois, para mim, ele é uma pessoa desequilibrada. A agressão que sofri dentro do Cisc comprova que ele não tem medo das autoridades", afirmou Márcia Pache, em entrevista.
Intimidação
A repórter revelou que, desde que a sentença foi proferida pelo juiz, recebeu 34 ligações telefônicas de um número desconhecido – o que, para ela, seria uma forma de intimidação.
Ela acredita que as ligações sejam de alguma pessoa ligada ao vereador, que, conforme observou, tem muitos simpatizantes em Pontes e Lacerda.
"Ligam-me e, na hora em que atendo, não falam nada. Ligam mesmo só para me incomodar ou intimidar. Acredito que deve ser algum fanático por ele (vereador), pois, mesmo como a candidatura a deputado estadual impugnada pela Justiça Eleitoral, ele teve 1.213 votos. Tem gente que ainda o apóia, acha bonito [o que ele fez]", afirmou a jornalista.
Na época em que agrediu a jornalista, Kirrarinha era candidato a deputado estadual, mas ele foi expulso do DEM e teve a candidatura impugnada.
Pena branda
Para Márcia Pache, a pena de um ano em regime aberto é muito "branda", em virtude de tudo o que passou como mulher, profissional e mãe, desde que foi agredida por Kirrarinha.
Ela afirmou que não irá recorrer da decisão, mas, nos próximos dias, deverá ingressar na Justiça com um pedido de indenização por danos morais.