Nos últimos meses, uma aflição acompanhou o telespectador da novela Poder Paralelo (Record): quem é o Guri, o cruel assassino da trama escrita por Lauro César Muniz? A resposta para essa grande dúvida virá na noite desta terça (2), quando o mistério será revelado no último capítulo do folhetim.
Enquanto muitos fazem especulações e até bolões sobre quem é o assassino, o R7 foi conversar com Claudino Mayer, pesquisador de telenovelas da USP (Universidade de São Paulo), que estudou este tipo de trama. Ele deu dicas preciosas para quem deseja desvendar os crimes antes da novela ir ao ar.
– O personagem tem que estar desde o início da trama e ser alguém que já participou de todos os núcleos da novela. Não acho que o autor trará alguém de fora da trama, pois isso frustraria o telespectador. Apesar de o autor ter dito que o Guri são duas pessoas, eu acredito que quem mata é uma pessoa só, a que dispara o tiro, mas pode existir um mandante, é claro.
O recurso de um assassino misterioso é frequentemente utilizado na teledramaturgia brasileira. Em algumas novelas, foi capaz de parar o país, como em O Astro (1977), no qual o público ficou na dúvida de quem havia matado o personagem Salomão Ayala, e Vale Tudo, novela que teve o mistério em torno da morte da vilã Odete Roitman como seu principal chamariz.
Tanto sucesso encorajou autores a construírem tramas baseadas em uma narrativa de crimes em série, como fez Silvio de Abreu em A Próxima Vítima e Lauro César Muniz em Poder Paralelo.
– Este é um artifício para segurar o público na trama. O telespectador acaba fazendo parte daquela rotina de investigação, tornando-se um detetive. Esses mistérios, além de segurar, são capazes de aumentar a audiência de uma novela, como aconteceu com Poder Paralelo.
Questionado por que o telespectador se envolve tanto com este tipo de trama, Mayer é certeiro:
– Cada ser humano tem um quê de detetive dentro de si.
Que façam-se as apostas e ganhe quem tem um olhar digno de Sherlock Holmes.