Lúdio Cabral quer concorrer a prefeito, assim como Serys Marly, enquanto bloco de Abicalil prefere apoio ao PMDB ou ao PSB
O petista Lúdio Cabral está mesmo disposto a encarar disputa à Prefeitura de Cuiabá. De um lado, nada tem a perder porque nem precisa renunciar ao mandato de vereador. Basta continuar afastado da atividade de médico da rede municipal durante a campanha. Por outro, convive com divergências e interesses de outros grupos que podem "minar" seu projeto político.
Embora esteja morando em Brasília e, aos poucos, se desvinculando de Cuiabá, o ex-deputado federal Carlos Abicalil, secretário especial do Ministério da Educação, continua ditando as regras. Seu grupo, do qual faz parte o ex-federal Ságuas Moraes, a secretária de Educação do Estado Rosa Neide, o ex-deputado Alexandre Cesar e o presidente regional do partido William Sampaio, sinaliza para apoio a outra candidatura majoritária. O nome com mais chances da corrente majoritária do PT aderir é do empresário João Dorileo Leal.
Essa "costura" para atrair os petistas ao palanque peemedebista está sendo feita pelo governador Silval Barbosa, que decidiu manter a Educação de porteira fechada com o partido. A tendência natural do PT seria, caso Lúdio venha a ser excluído, apoiar para prefeito Mauro Mendes, a exemplo do pleito de 2008, quando o empresário e hoje filiado ao PSB teve como vice a petista e ex-deputada Vera Araújo. Alguns filiados defendem a repetição da aliança para 2012.
O problema é que entra em jogo o poder da máquina do Estado. O Palácio Paiaguás promete manter espaço para uma banda do PT na administração, mas condiciona algumas amarrações políticas, uma delas do partido reforçar o nome de Dorileo. O curioso é que algumas figuras petistas, como Alexandre, torcem para a legenda se distanciar de Dorileo por causa de conflitos no passado, mas também devem ser voto vencido nos debates internos.
A ex-senadora Serys Marly tenta se inserir nas discussões, após perder para deputada federal e ficar sem o comando do PT regional. Ela até se lança como pré-candidata ao Palácio Alencastro, cargo já disputado em 2004 e de cuja eleição saiu com votação pífia. Tem apoio de militantes, como Vilson Aguiar, presidente do diretório municipal, e de Jairo Rocha, da Articulação de Esquerda.
Como as eleições acontecem daqui a um ano, os possíveis concorrentes já se articulam nos bastidores. Enquanto no PT Lúdio e Serys se apresentam como postulantes à candidatura e mais próximos do que o bloco de Ságuas-Abicalil, o PMDB segue acreditando que Dorileo será o nome da legenda na disputa, assim como o PSB com Mauro Mendes, o DEM com o ex-prefeito Roberto França e o PSDB com o deputado estadual Guilherme Maluf.