O Paris Saint-Germain não entrou nada pressionado no gramado do Parque dos Príncipes, nesta terça-feira (31), contra o Anderlecht. Tendo vencido os seus três duelos anteriores na fase de grupos da Champions League, os parisienses sabiam que a vaga estava praticamente assegurada.
Além disso, a qualidade técnica dos belgas não é comparável à do time montado pelos bilhões em dinheiro qatari – algo que já havia ficado claro quando o PSG bateu o Anderlecht por 4 a 0 fora de casa.
E sem ter a responsabilidade de vencer, o PSG voltou a encantar. Na ausência de Thiago Motta, lesionado, Unai Emery escalou um meio-campo marcado pela leveza nos passes [já que o ítalo-brasileiro tem características mais defensivas em relação a Draxler, Rabiot e Verratti].
Talvez por isso, o PSG teve um volume recorde de oportunidades ofensivas desde o primeiro tempo – vale destacar também a fraca exibição de Cavani no ataque. O problema é que, do outro lado, o time mais limitado só podia fazer uma coisa: apostar tudo na defesa e rezar por contra-ataques proveitosos.
A estratégia até deu certo no início. Mas se a defesa da equipe belga mostrava qualidade para dificultar as finalizações parisienses, os donos da casa também pecavam nos chutes. No entanto, a troca de passes do PSG acontecia fácil, e a sensação era de que uma hora as redes de Frank Boeckx balançariam.
Após bela troca de passes, Mbappé recebeu de Neymar e serviu Verratti: o italiano teve calma e grande categoria para acertar um chute colocado, o primeiro de maior qualidade: 1 a 0 aos 30 minutos, o maior tempo que o time levou para fazer um gol nesta Champions. Neymar ampliou no finalzinho da primeira etapa, e aí o jogo que já era fácil estava absolutamente resolvido.
Só que este PSG não precisa pisar fundo no acelerador para se agigantar diante de adversários mais frágeis. Foi naturalmente que os franceses levaram mais perigo em relação a qualquer outra partida deles nesta Champions League [77.78% de passes certos que chegaram na intermediária, 24 arremates totais, sendo 17 completos e 10 no gol: todos números recordes na atual campanha europeia]. O resultado disso foram outros três gols, e um recorde que poucos esperavam.
O lateral-esquerdo Kurzawa, um dos jogadores que mais buscam Neymar em passes, fez três gols e se tornou o primeiro defensor a anotar um hat-trick na principal competição europeia desde 1993. Para isso, aproveitou rebote de uma falta que Neymar acertou na trave, um desvio após belo cruzamento de Dani Alves e um passe de Angel Di María – que entrou no decorrer da partida.
Assim como Neymar, que teve recorde de finalizações [8], o Paris Saint-Germain voltou causar destruição nas defesas adversárias mesmo sem jogar o seu máximo. Mas a equipe que superou o Manchester United de 1998-99 [que terminou a temporada com o título] com o melhor ataque após quatro jogos na Champions League [17 anotados e nenhum sofrido] prova que está mais confiante do que nunca. E acredite: o Anderlecht teve sorte. Poderia ter sofrido muito mais.