Caso seja realmente expulsa do PT, a ex-senadora Serys Marly já tem lugar cativo no recém-criado PSD. "Mesmo com esse indicativo de expulsão, não creio que ela vá sair do PT, mas, se sair, o PSD estará de braços abertos", garante o presidente da Assembleia e principal articulador da nova legenda no Estado, deputado José Riva.
Serys é acusada de infidelidade partidária por supostamente não ter apoiado a candidatura do ex-deputado federal Carlos Abicalil ao Senado. Após meses de investigação, a Comissão de Ética do partido emitiu parecer pela sua expulsão dela. O futuro da ex-parlamentar, entretanto, só deve ser definido em 28 de maio, quando o diretório estadual resolverá se acata ou não a punição sugerida.
A notícia da possível expulsão fez com que alguns partidos assediassem a petista. Segundo ela, o PSD seria um deles. Riva, no entanto, não confirma que tenha feito o convite oficialmente. "Ela é bem-vinda. Eu já disse isso em outros momentos, mas não cheguei a falar diretamente com Serys", pondera.
O presidente ressalta também que o resultado definitivo do processo de Serys ainda não foi divulgado. Apesar de preferir não se posicionar sobre o assunto, Riva acredita que a trajetória de Serys no PT deve pesar na decisão final. "Ela é uma pessoa que já ajudou muito o Estado e tem um estilo próprio de militância, mas não vou meter o dedo lá. Não é problema meu", pontua.
Além do PSD, Serys também tem sido assediada pelo PCdoB. A ex-senadora afirma, contudo, que pretende esgotar todas as possibilidade de recurso para reverter a situação. Ela diz que só pensará em se filiar a uma outra legenda se realmente não puder continuar no PT.
Os problemas de Serys no PT iniciaram ainda durante as prévias da disputa eleitoral do ano passado. Ela e Abicalil brigaram internamente para disputar uma vaga ao Senado. Ele levou a melhor, mas, assim como ela, que concorreu ao cargo de deputado federal, acabou sendo derrotado nas urnas. Com o resultado das eleições, o PT ficou enfraquecido e rachado em Mato Grosso.