Proibição não coíbe uso do fogo em MT

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A Gazeta


Terminou o período proibitivo para queimadas em Mato Grosso sem que isso inibisse o uso de fogo. A decisão foi tomada em reunião na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) na tarde desta terça-feira (4), envolvendo representantes de órgãos responsáveis pelas ações de enfrentamento a este problema. De 15 de julho a 4 de outubro, satélites captaram quase 18 mil focos de calor (17.801). Um número muito parecido com o registrado no período proibitivo de 2015 (17.753), pouca coisa menor (0,27%). Em relação à média dos últimos 10 anos, o aumento é de 10,25%. De janeiro a outubro, o município mato-grossense que mais queimou foi Colniza, no extremo norte do Estado. Os números demonstram a dificuldade que Mato Grosso tem em mudar este cenário.

O tenente-coronel Paulo Barroso, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), afirma que os bombeiros e parceiros trabalharam intensamente para coibir a ação de infratores. Em 2015, dois foram presos em flagrante, este ano, sete. Ano passado, as equipes foram a campo sete vezes e este ano nove. A cada saída, são 10 dias no local da ocorrência, apagando queimadas de pequeno, médio e grande porte.
Barroso explica que a decisão de estender ou não o período proibitivo é tomada com base em informações meteorológicas. “Como há previsão de chuvas significativas no Centro-Oeste, alcançando Mato Grosso, é o momento de encerrar o período proibitivo”, explicou.

O prefeito de Colniza, João Assis (PMDB), reclama que em seu município não há mais queima do que em outros da região e que o diferencial é o tamanho do território. “Maior do que Alagoas e o Sergipe”, compara. Segundo ele, a produção de café é o forte local e exige abertura de lavouras. Os plantadores, em sua maioria, ainda de acordo com o prefeito, são “pequenos”. Têm sítios 5.700 produtores rurais. “Usam fogo porque é mais barato”, observa o prefeito.

Ele reclama também que a Sema e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) só chegam à cidade para autuar e não fazem qualquer trabalho significativo para educar, mudar práticas e conscientizar o produtor local, que “fica distante, foge desta conversa”, já que é visto sempre como criminoso. “Vocês dizem que Colniza é o que mais queima. Eu respondo que depende do ponto de vista. Temos 28 mil quilômetros quadrados. Passo por outros municípios próximos e vejo o correntão correr solto e ninguém fala nada”, retruca, sem querer citar aonde exatamente tem visto isso ocorrer. O correntão é um método agressivo de desmate.

Mato Grosso segue liderando o ranking de focos de calor na região amazônica – e também no país. De janeiro até agora, soma 25.666 focos. O Estado que aparece em segundo lugar, que é o Pará, tem pouco mais da metade de registros (13.041).

Essa posição muda somente quando o referencial é a extensão da área queimada. Neste caso, Mato Grosso cai para quarto lugar, ficando atrás do Tocantins, Rondônia e Acre.

O maior desfio, para o ano que vem, ainda é o de sensibilizar produtores rurais de todos os portes, já que 64,37% dos focos foram captados em sítios e fazendas.

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