O Cruzeiro está fora da Liga Sul-Minas-Rio. Nesta quinta-feira, o presidente da equipe celeste, Gilvan de Pinho Tavares, afirmou que a competição “não é rentável” para o clube de Belo Horizonte, e confirmou que a agremiação não irá mais disputar o torneio. O anúncio foi feito durante a coletiva de apresentação do ex-auxiliar Deivid como técnico celeste para 2016.

“O Cruzeiro não vai mais disputar a Liga Sul-Minas-Rio, pois ela não é viável. Discordamos de coisas que aconteceram na última reunião da Liga. O torneio não vai ser rentável agora”, explicou.

Segundo outros dirigentes, Gilvan foi exposto a constrangimento na última reunião da entidade, realizada no fim de novembro, na sede do Fluminense, no Rio de Janeiro.

Na ocasião, ele foi surpreendido com a convocação de eleição para a presidente do grupo. Foi sugerido pelo CEO Alexandre Kalil que continuasse por mais um ano, mas que outro nome também fosse acrescentado, Mario Celso Petraglia, do Atlético-PR.

Os mandatários de Flamengo e Fluminense, Eduardo Bandeira de Mello e Peter Siemsen, respectivamente, se manifestaram contrário ao procedimento e deixaram claro que não concordavam com a situação. Ela foi revelada pelo ESPN.com.br na última terça-feira.

“Nessa última reunião, tivemos a eleição do Mario Celso (Petraglia), que, pela forma como foi feita, acabou constrangendo o presidente do Cruzeiro (Gilvan Tavares). Os times do Rio não concordaram e, no fim, ficou esse constrangimento. Foi anunciado que o Kalil e o Mario ficariam a cargo dessa parte comercial”, diz o vice do Coritiba, Alceni Guerra, em contato com a reportagem.

“Fiquei com a impressão de que o Gilvan não havia sido comunicado (da realização do pleito)”, prossegue.

Segundos outros dirigentes, o incômodo com o nome de Petraglia passa por uma suposta centralização das decisões entre ele e o CEO Alexandre Kalil, deixando Gilvan de lado. Mesmo antes de sua nomeação, o cartola, que deve seguir em 2016 no Conselho Deliberativo do Atlético-PR, já vinha se apresentando como presidente da Sul-Minas-Rio.

“Ficou uma situação mal resolvida”, disse o mandatário do Grêmio, Romildo Bolzan Jr., durante evento em São Paulo, na última quarta-feira.

Em menor grau, os clubes divergem sobre o rateio do dinheiro, mas não existe neste caso o mesmo apoio para o Fluminense, que se mostra contrário ao modelo de distribuição de receita proposto inicialmente. O Flamengo, a exemplo do que acontece no Brasileiro, seguiria faturando mais na competição, de acordo com Kalil.

“Não acho que tem ser igual. O que não pode é ter a distância que tem hoje entre os times (no Brasileiro), praticamente o dobro”, analisou Daniel Nepomuceno, do Atlético-MG.

Flamengo e Fluminense também devem seguir o Cruzeiro e deixar a Liga. Petraglia tenta demover os dois da ideia.