PR, PP e PMDB, que fazem parte de coligações que apoiam o projeto de reeleição do governador Silval Barbosa, devem eleger as maiores bancadas na Assembleia. Os republicanos esperam garantir entre 5 e 6 cadeiras, assim como os progressistas. O PMDB tende a conquistar 4 vagas. O PR e o PMDB estão coligados na proporcional com o PT, que sonha em repetir o êxito do pleito de 2006, com eleição de dois parlamentares. A aliança que defende Wilson Santos para governador, formada especialmente pelo PSDB, DEM e PTB, pode garantir de 5 a 6 representantes. O DEM aposta que faz dois. O PSDB tem segurança ao menos em uma vaga, considerando o quociente eleitoral de 65 mil votos por partido e/ou coligação e, o PTB, que está numa outra Frentinha, pode eleger de um a dois deputados. Uma outra Frente, capitaneada pelo PRB e empurrada pela Igreja Universal, aposta na conquista de uma cadeira. O PPS, da coligação pró-Mauro Mendes, pode ter duas vagas.
Fernando Ordakowski
O ex-secretário de Estado Baiano Filho é um dos 4 peemedebistas que devem conquistar vaga na Assembleia
A esperança de entrar na lista de eleitos e/ou reeleitos é alimentada pelos candidatos, que precisam, numa disputa tão acirrada com 307 nomes e com quociente eleitoral de 65 mil votos por partido e/ou coligação, levar em consideração o que mostram as pesquisas, estrutura, a força das coligações tanto proporcional quanto majoritária, base eleitoral, apoios de lideranças regionais e a influência da máquina. Com base nisso, é possível pontuar os possíveis eleitos.
Sérgio Ricardo deve ser o mais votado do PR. Ele foi vereador por Cuiabá e busca o terceiro mandato na Assembleia, onde atuou como presidente e hoje ocupa cargo de primeiro-secretário. Disputou e perdeu para prefeito em 2004. Sérgio conseguiu ampliar base como apresentador de TV da Cidade Verde (Band), que chega a todos os municípios, via satélite. É o líder nas pesquisas e pode chegar aos 100 mil votos.
Sebastião Rezende figura na lista de reeleitos do PR. Tem apoio da Assembleia de Deus, tanto que conta com um gabinete dentro da Igreja. Ele é engenheiro em Rondonópolis e batalha pelo terceiro mandato.
Mauro Savi é outro que tem mandato assegurado. Possui base forte em Sorriso, onde reside e começou na vida pública como vereador. Articulador do governo, ganhou destaque e apoio junto aos prefeitos, com apresentação de emendas e projetos. De quebra, passou a presidir a Assembleia, com a cassação do mandato de José Riva. As outras 2 ou 3 vagas que os republicanos devem conquistar são disputadas pelos deputados Wagner Ramos, João Malheiros e Jota Barreto, pelo empresário e ex-prefeito de Itiquira Ondanir Bortolini, o Nininho, e pelo ex-deputado Emanuel Pinheiro.
Teté Bezerra tende a ser a mais votada do PMDB. Ex-deputada federal, ela conseguiu reconquistar base em Rondonópolis. O PMDB, controlado pelo seu marido Carlos Bezerra, concentra quase toda a estrutura na candidatura de Teté.
Baiano Filho também reune todas as chances de êxito nas urnas. Deve sair com votação expressiva de Sinop, onde reside, tem a esposa como vereadora e o prefeito Juarez Costa como um dos cabos eleitorais. Foi secretário de Estado de Esporte e Lazer por quase 7 anos no governo Maggi e aproveitou a estrutura da máquina para ampliar base, inclusive na região do Araguaia.
Romoaldo Júnior é outro possível eleito pelo PMDB. Já exerceu mandato de deputado, inclusive respondeu como primeiro-secretário da Mesa. Foi prefeito de Alta Floresta. Ele montou boa estrutura de campanha, pontua bem nas pesquisas, já pertenceu ao grupo dos Campos e hoje tem apoio discreto do governador Silval.
Wallace Guimarães, que deixou o DEM após divergências internas, é outra aposta peemedebista. Ele foi vereador por Várzea Grande e presidiu a Câmara Municipal por dois anos. Disputou a prefeitura em 2004, embora tenha entrado na disputa de última hora, e quase saiu vitorioso. Aproveitou a presença na estrutura da prefeitura da esposa Jaqueline Guimarães, ex-secretária de Saúde e agora candidata a deputada federal pelo PHS, para consolidar base na Baixada Cuiabana com trabalho assistencialista. Ainda no PMDB correm por fora os deputados Adalto de Freitas e Nilson Santos.
Ademir Brunetto pode ser o mais votado do PT. Ele busca o segundo mandato. Mora em Alta Floresta, onde já perdeu para prefeito, possui fazenda e empresa do ramo agropecuário. Conseguiu ampliar base atuando como petista light.
Alexandre Cesar se tornou o principal nome petista na Baixada Cuiabana. É figura conhecida. Foi candidato a vice-prefeito e a prefeito da Capital, além de ter disputado para governador. Em 2006, ficou na suplência e depois veio a ocupar cadeira na Assembleia por mais de 3 anos no lugar de Ságuas Moraes. Dentro do PT brigam por espaço também o vereador Lúdio Cabral e a ex-deputada Vera Araújo, ambos de Cuiabá.
O PP aposta em José Riva como campeão de votos. Em 2006, o deputado cassado teve mais de 80 mil votos. Se superar os 100 mil desta vez, embora sofra desgaste por causa de processos na Justiça, pode levar o partido a garantir de 5 a 6 cadeiras. Ex-prefeito de Juara, Riva chegou à AL no início dos anos 90 e só saiu há dois meses, por força da cassação do mandato por compra de votos.
Walter Rabello deve voltar à AL com boa votação. Depois de sair de cena, com a cassação do mandato por infidelidade partidária, sofrer derrota à Prefeitura de Cuiabá e ser demitido da TV Cidade Verde, onde era apresentador, o ex-deputado está conseguindo dar a voltar por cima. Ocupou espaço de novo como apresentar e realiza shows como cantor sertanejo. Trouxe de volta parte do eleitorado.
Maksuês Leite também conseguiu sair do fundo do poço. Depois do acordão feito com o então adversário Júlio Campos nas eleições de Várzea Grande, o deputado enfrentou tanto protesto que nem se arriscava a sair na rua. Gradativamente, foi reconquistando os aliados e eleitores, se tornou dono da TV Cuiabá (Rede TV!) e continuou apresentando programa em sua própria emissora. Desenvolveu projetos voltados ao assistencialismo e pode ter votação expressiva.
Airton Português é outro do PP que deve se reeleger. Foi prefeito de Araputanga, no Oeste, onde detém boa base eleitoral. Entre outros progressistas na luta por vaga estão o já deputado Antonio Azambuja, o ex-prefeito de Reserval do Cabaçal Ezequiel da Fonseca, ambos da mesma região Oeste, e os vereadores Luizinho Magalhães (Primavera do Leste), Gilson de Oliveira (Sinop) e Deucimar Silva, que preside a Câmara Municipal de Cuiabá.
A Frentinha liderada pelo PTB pode eleger entre um e dois. O mais cotado é Luiz Marinho, ex-vereador por quatro mandatos de Cuiabá. Foi presidente da Câmara Municipal por duas vezes e com com estrutura montada pelos irmãos empresários. O outro nome do bloco é o médico Aray da Fonseca, ex-secretário de Saúde da Capital.
O PRB formou uma outra frente com partidos nanicos e, empurrado pela Igreja Universal do Reino de Deus, tende a garantir uma vaga. O mais cotado é o pastor Alexandre Muniz, que tem apoio do deputado estadual Antonio Brito. Hélio Tito também está no páreo.
O mais votado do DEM deve ser José Domingos. Ele busca o segundo mandato. Foi prefeito três vezes de Sorriso, onde projeta votação expressiva. Conseguiu ampla base para outras regiões, inclusive na Baixada Cuiabana.
Chica Nunes aposta também todas as fichas na reeleição. Depois de deixar o PSDB e enfrentar processos na Justiça por rombo na Câmara de Cuiabá no período em que foi presidente, ela parte para a superação. Buscou reconquistar as bases. Faz o chamado trabalho corpo-a-corpo. É ligada à Igreja São Benedito, onde atua como festeira e isso lhe tem rendido centenas de votos. O marido Marcelo Ribeiro, ex-vereador por Cuiabá e prefeito de Barão de Melgaço, atua forte como cabo eleitoral, assim como o irmão, ex-deputado Roberto Nunes, que se mostra bem articulado.
Gilmar Fabris é outro com chances de reeleição. Mesmo com seu estilo polêmico, ele mantém base na Grande Rondonópolis e entrou com tudo em Várzea Grande, onde tem apoio dos irmãos Júlio e Jayme Campos e ainda conta com o conselheiro aposentado do TCE Ary Leite de Campos como interlocutor e financeiro da campanha. Fabris busca o espólio político do ex-deputado Campos Neto, que se tornou conselheiro no lugar do próprio pai Ary. Quase todos os vereadores várzea-grandensem apoiam Fabris.
Do PSDB, só há um nome seguro quanto à eleição. Trata-se do deputado Guilherme Maluf. Ele começou na política como vereador pela Capital e agora tenta o segundo mandato na AL. É médico, empreiteiro, dono de hospital, pertence a uma família tradicional e foi secretário de Saude de Cuiabá. Investe pesado na campanha e fincou base em mais de 50 municípios. Os tucanos e ex-deputados Carlos Carlão e Carlos Avalone, ex-secretários no governo Dante, também apostam em êxito nas urnas.