Polícia procura vítimas de médico que fazia sexo oral

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O delegado Sérgio Ribeiro Araújo, que investiga os abusos supostamente cometidos pelo ortopedista Célio Eiji Tobisawa, 43, contra pelo menos três pacientes em Colíder, cogita a existência de mais vítimas feitas pelo médico durante sessões com uso de sedativos.

A polícia busca localizar pelo menos uma vítima a mais até a conclusão do inquérito na quarta-feira (3) e que levará ao indiciamento do ortopedista pela prática de estupro contra vulnerável. A defesa do médico entraria, ainda ontem, na Justiça com pedido de habeas corpus.

A existência de mais vítimas é cogitada por Araújo por consideração ao tempo de trabalho do ortopedista no Hospital Regional de Colíder: foram pelo menos cinco anos de serviços prestados no local onde três homens queixaram-se de abusos por parte de Célio. Daí a possibilidade de haver uma quarta vítima. Caso condenado, o médico pode pegar de oito a 15 anos de detenção.

Tobisawa foi preso na última terça-feira (27) em Cuiabá. Segundo a polícia, ele foi denunciado por um paciente que passou por um procedimento denominado infiltração com Tobisawa, em 25 de junho, no Regional de Colíder, onde o médico atuava uma vez por semana.

Segundo a queixa, o médico se aproveitava da condição de sedado dos pacientes – todos entre 20 e 30 anos, de pele e olhos claros – para fazer sexo oral neles, o que só era percebido quando eles recobravam a consciência.

O paciente que fez a primeira denúncia tentou agredir o médico ao perceber o ato e teria saído chorando desesperado para contar a funcionários do hospital, que o orientaram a registrar um boletim de ocorrência.

Com base neste boletim de ocorrência, a polícia começou a investigar o caso. Tobisawa chegou a ser interrogado, mas negou tudo. Outras duas vítimas foram localizadas pela polícia, que fez um levantamento dos pacientes que tinham passado pelo mesmo procedimento de infiltração com o ortopedista.

Os homens, todos de tipo físico parecido, alegaram que só não tinham denunciado os abusos antes porque temiam entrar num embate de suas palavras contra a do médico.

Com a investigação, a polícia colheu elementos suficientes para que a Justiça, na comarca de Colíder, decretasse a prisão preventiva contra o médico.

Até ontem, Tobisawa se encontrava detido numa cela especial do anexo da Polinter, em Cuiabá, por possuir curso superior.

Além do Regional de Colíder, Tobisawa atuava em Cuiabá em pelo menos duas clínicas particulares como ortopedista. Em ambos os estabelecimentos, colegas se disseram pasmos com a prisão, uma vez que Tobisawa sempre foi bem-quisto como profissional, contra o qual nunca pesou uma queixa sequer, e visto como uma pessoa reservada, acima de qualquer suspeita.

"É quase inacreditável. Ele nunca teve nada que o desabonasse", relatou surpreso o ortopedista Rubens H. Aratani, amigo de Tobisawa que atua na mesma clínica. Ele cogita até que o colega tenha sido vítima de alguma armação, tamanha a estranheza dos fatos.

De qualquer maneira, Tobisawa já foi demitido do Regional de Colíder, onde era servidor contratado pelo Estado, e o Conselho Regional de Medicina informou que suspenderá suas atividades médicas durante as investigações.

Já o advogado de defesa de Tobisawa, Manoel Francisco da Silva, anunciou que entraria ainda ontem na Justiça com um pedido de soltura. O argumento é de que a prisão preventiva do médico foi desnecessária, pois o profissional tem bons antecedentes e residência fixa.

Além disso, por estar a quilômetros de distância de Colíder, onde corre a investigação, ele não oferece qualquer tipo de risco para as testemunhas do caso.

 

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