A bancada estadual do PMDB decidiu aceitar a proposta de coligação com PT e PR, nas disputas por vagas na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa, desde que os petistas decidam, no dia 23 deste mês, apoiar a candidatura à reeleição do governador Silval Barbosa nas eleições de outubro.
Nessa data, 250 delegados do PT irão decidir o rumo do partido em Mato Grosso. Sem candidatura própria, a solução dos petistas é aliar-se com partidos que compõem o arco de alianças da pré-candidata à Presidência da República Dilma Roussef. Em Mato Grosso, as opções são o PSB de Mauro Mendes e o PMDB de Silval Barbosa.
O primeiro tem a simpatia do grupo da senadora Serys Slhessarenko, ao passo que o deputado federal e pré-candidato ao Senado, Carlos Abicalil, defende aliança com Silval Barbosa.
A decisão dos peemedebistas pelo "chapão" saiu na segunda-feira à noite, numa reunião da bancada estadual com dirigentes partidários e que durou pouco mais de uma hora. Todos chegaram ao consenso de que pode se ter melhor aproveitamento da aliança que será feita na majoritária, conforme revelou o segundo vice-presidente do PMDB, Nico Baracat.
"Teremos uma candidatura forte ao Palácio Paiaguás com Silval Barbosa que servirá de palanque para Dilma Roussef. A proposta é construir unidade em torno dos nossos projetos", disse.
O PMDB montou uma comissão composta pelo ex-vereador Mario Lúcio, Nico Baracat e Adalto de Freitas, o "Daltinho", para definir as candidaturas proporcionais. O grupo aguarda apenas a decisão dos petistas para articular reuniões internas ao lado do PR para formulação de estratégias de campanha.
Chapão
Antes contrário à aliança com PT e PR na disputa proporcional, o deputado estadual Adalto de Freitas afirmou que não vê problemas na composição. O parlamentar alegou que, anteriormente, havia uma pressão de dirigentes do PR que lhe gerava incômodo.
"Havia uma tentativa de imposição do PR que decidi não aceitar. Entendo que é mais prudente aguardar a definição do PT, que, historicamente, é sempre o último a decidir", afirmou o deputado.
Daltinho alertou ainda que uma aliança do PMDB somente com republicanos não seria benéfica. "Não faríamos uma parceria com a corda no pescoço para somar apenas com o PR e sem a devida mapeação dos pré-candidatos nas regiões. Com o PT, teremos uma chapa com mais condições estruturais de atingirmos bom resultado", disse.
A perspectiva do chapão é eleger quatro deputados federais e preencher uma média de 12 vagas na Assembleia Legislativa. "Podemos chegar de 10 a 12 deputados estaduais e três a quatro federais, porque as três legendas detêm candidatos com capilaridade em todo o Mato Grosso", destacou Daltinho.
Votos necessários
O coeficiente eleitoral em Mato Grosso para deputado estadual está na ordem de 67,4 mil votos, ao passo que para deputado federal chega a marca de 197,6 mil votos.
O número é o mínimo que um partido ou coligação deve atingir para eleger representantes, conforme estipula a legislação eleitoral, que leva em consideração a quantidade de eleitores em cada Estado.
De acordo com o artigo 10 da Lei nº 9.504, do Código Eleitoral, cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais, até 150% do número de lugares a preencher.
Assim, se optar pelo isolamento partidário, uma legenda pode lançar 36 nomes à disputa, uma vez que são oferecidas 24 vagas na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
A mesma lei estipula que uma coligação partidária, independentemente do número de partidos que integra, poderá registrar até o dobro do número de vagas a serem preenchidas, ou seja, 48 em Mato Grosso.