A Gazeta
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mulheres que usam anticoncepcionais contendo drospirenona, gestodeno ou desogestrel, como no caso das pílulas, têm um risco de 4 a 6 vezes maior de desenvolver tromboembolismo venoso, em um ano, do que as mulheres que não usam contraceptivos hormonais combinados. O assunto foi debatido durante o “Workshop de Saúde da Mulher”, promovido pela Bayer, em São Paulo. Especialistas que participaram do evento, rebateram os depoimentos de mulheres víti mas da doença publicados em redes sociais, e afirma
ram que estes acaba se tornando um desserviço para saúde feminina.
Não diferente de outras cidades do Brasil, em Cuiabá e Várzea Grande também há mulheres que foram diagnosticadas com trombose, recorrente do uso de an ticoncepcionais. Dentre elas está a estudante de Direito, Maria Luã Martinez, 26, que foi diagnosticada com trombose venosa profunda femural. Devido aos ovários policísticos, ela tomava o anticoncepcional Yasmin. Porém, ela passou
a notar que no intervalo do remédio, começou a sentir dores no cóccix, que se estendia pelo quadril e pernas, que passava com o retorno do anticoncepcional.
“No dia 3 de setembro deste ano a dor veio com mais força e assim foi até o dia 6, quando não suportei mais e procurei o médico. Ele me olhou rapidamente e disse que tinha trombose e logo me receitou o tratamento com Xarelto, medicamento utilizado para o tratamento de trombose”.
A estudante conta que retornou ao médico no dia 8 do mesmo mês, sendo atendida por outro médico que pediu diversos exames para constatar que não se trata va de embolia pulmonar.
“Essa possibilidade foi descartada e fui encaminhada para um médico vascular e também foi solicitado que eu fizesse um doppler, exame que permite para analisar a quantidade do fluxo de sangue presente nos vasos sanguíneos”.
O doppler confirmou que Maria Luã estava com trombose venosa profunda femural e o médico pontuou que esta teria sido motiva da pelo uso do anticoncepcional. Ela ficou internada entre os dias 9 e 16 de setembro e foi liberada após prometer seguir o trata mento corretamente. “Desde então continuo o tratamento e já não sinto mais dor”.
Caso parecido aconteceu a gerente de loja, Joana D’Arque Antunes, 28. Ela toma va anticoncepcional YAS para tratamento de ovários policísticos desde os 16 anos de idade e nunca havia sentido nenhuma mudança clínica até fevereiro deste ano. “Após ter emendado três meses do anticoncepcional comecei sentir uma dor na perna esquerda, mas como não era uma dor insuportável acabei enrolando para ir ao médico. Mas, a dor piorou e resolvi ir no ortopedista ela me examinou e disse que era apenas uma dor muscular”. Para surpresa de Joana a dor não era muscular e sim uma tromboflebite (inflamação de uma ou mais veias causada por um coágulo sanguíneo).
“Fui encaminhada para um clínico geral, que suspen deu o anticoncepcional de imediato e me passou o Xarelto. Fiz o tratamento por três meses, refiz os exames e estou bem agora”.