PF investiga ameaça de morte contra delegado, juiz federal e procuradora

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Ligações partiram de telefone público em Itanhangá e tem envolvimento com o “novo cangaço”


A Superintendência da Polícia Federal investiga ameaças de morte sofridas pelo delegado Hércules Ferreira Sodré, pelo juiz federal de Diamantino Fábio Fiorenza e pela procuradora da República, Ludmila Bortoleto Monteiro. Os três atuam na Operação Terra Prometida, deflagrada em 27 de novembro, com objetivo de desmantelar a quadrilha acusada de comprar, vender e explorar ilegalmente lotes destinados da reforma agrária situados no assentamento PA, nos municípios de Itanhangá e Tapurah, no Médio Norte do Estado. Além das autoridades, três testemunhas também sofreram ameaças durante o final de semana.

A intimidação contra eles foi feita no sábado (6), logo após a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que atendeu ao pedido de habeas corpus feito pela presidente da Cooperativa Agropecuária dos Produtores Rurais de Itanhangá (Cooperita) Antônio Adi Mattei.

A decisão de soltura foi estendida aos demais presos beneficiando figuras como o proprietário da Fiagril e ex-prefeito de Lucas do Rio Verde Marino Franz (PSDB), os produtores rurais Milton e Odair Geller, irmãos do ministro da Agricultura Neri Geller (PMDB), o vice-prefeito de Itanhangá Rui Schenkel (PR), além de diversos agricultores, empresários e políticos acusados pela PF de envolvimento no esquema criminoso.

A Operação Terra Prometida cumpriu 33 dos 52 mandados de prisão expedidos pelo Judiciário em Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os pedidos foram feitos com base nas investigações iniciadas há quatro anos para apurar os crimes de invasão de terras da União, associação criminosa armada, crimes contra o meio ambiente, de fraude documental nos processos do Incra, estelionato majorado, corrupção ativa e passiva  e ameaça.

Na última segunda (8), o juiz federal e a procuradora da República estiveram reunidos com o delegado para obterem mais informações sobre o telefonema com ameaças de morte. A intenção foi obter orientações sobre as provas coletadas, e também sobre os procedimentos e medidas de segurança que serão adotadas. Segundo a PF, a ligação com teor de ameaça partiu de um telefone público de Itanhangá. Diversos investigados que foram presos em 27 de novembro foram presos naquele município.

Irmãos de Geller, Marino e outros 23 soltos após TRF expedir HC -veja lista

O autor do telefonema seria um rapaz que reside em Itanhangá e tem envolvimento com assaltos a banco na modalidade “novo cangaço”. Os levantamentos preliminares indicam que o suspeito agiu a mando de três fazendeiros citados na operação, incluindo um foragido.

O entendimento de Ludmila e de Sodré é que as ameaças sofridas por eles e pelas testemunhas demonstram quão poderosa é esta organização criminosa e corroboram com a investigação, pois fortalecem os argumentos que embasaram os pedidos de prisão e busca e apreensão. “Não estamos intimidados. As ameaças reforçam os nossos argumentos sobre a periculosidade da organização criminosa e demonstram que a investigação está no caminho certo. Daremos seguimento com a mesma dedicação aplicada desde o início dos trabalhos”, afirmam em comunicado à imprensa.

Assentamento PA

O assentamento PA tem 115 mil hectares e é o segundo maior da América Latina. Originalmente, era dividido em 1.149 lotes que segundo a Polícia Federal foram, em quase sua totalidade, unidos para a formação de latifúndios para lavoura mecanizada.

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