O inquérito policial que investigou uma organização criminosa que extraía, beneficiava e comercializava madeiras da Terra Indígena Serra Morena, no município de Juína , foi concluído no último dia 3 e encaminhado para a Justiça Federal.
As investigações culminaram na Operação Pharisaios, que no dia 26 de novembro prendeu madeireiros e empresários da região.
De acordo com o delegado federal que coordenou a operação, Wilson Rodrigues, a exploração de madeira era realizada por meio de aliciamento dos índios, que recebiam, em média, de R$ 15 a R$ 30 pelo metro cúbico, enquanto os proprietários de madeireiras e serrarias comercializam o produto por R$ 300 a R$ 1 mil.
Para acobertar a origem ilícita da madeira ilegalmente extraída, os integrantes de um dos núcleos da organização se valiam de fraudes no sistema Sisflora, da Secretaria do Estado de Meio Ambiente (Sema), expedindo guias florestais ideologicamente falsas, apontando Planos de Manejo Florestais Sustentáveis (PMFS's) aprovados pela pasta, como origem dos produtos florestais.
Os PMFS's eram utilizados apenas para a expedição de guias florestais "frias", com vistas a "esquentar" as madeiras extraídas e permitir sua inserção no mercado.
Durante a operação, foram indiciados 21 envolvidos, dentre madeireiros, empresários e "laranjas".
Os crimes praticados pela organização criminosa, desarticulada com a deflagração da operação policial, envolviam exploração ilegal de floresta de domínio público, danos em área de preservação permanente, transporte, comércio e estoque de produtos florestais sem licença válida do órgão ambiental, receptação qualificada, falsidade ideológica, uso de documento falso e formação de quadrilha armada.
No mesmo dia da conclusão das investigações, ante a comprovada materialidade dos crimes investigados e indícios de autoria, foram decretadas 10 prisões preventivas pela Justiça Federal.
Seis mandados de prisão preventiva foram cumpridos, estando quatro pessoas foragidas