A discussão nacional acerca da unificação entre o PPS e o PSDB permanece sem respaldo em Mato Grosso. O presidente da sigla socialista, deputado estadual reeleito Percival Muniz, garante que deixou a cargo da executiva nacional, sob Roberto Freire, as articulações para viabilizar a fusão. Apesar de tentar se manter neutro, ele diz que seria uma forma de fortalecer os dois partidos. "“Juntar pequeno com pequeno é somar força e nós também podemos ajudar o PSDB”, destacou.
Os tucanos amargaram derrotas tanto em nível estadual, com Wilson Santos na disputa pelo Palácio Paiaguás, quanto nacional, com José Serra, que chegou a levar a disputa ao segundo turno, mas perdeu para a presidente eleita Dilma Rousseff (PT). Agora, o PSDB começa a procurar novas hipóteses de se fortalecer e deu início à discussão sobre a formação de uma nova legenda. Um das alternativas seria a fusão com o PPS, fortalecendo a bancada oposicionista no Congresso. Apesar de prematuras, as discussões começam a gerar diversas especulações.
Longe do olho do furacão, Percival diz que ainda não assimilou os reflexos da medida para o partido em Mato Grosso. Freire teria sido procurado pelo senador eleito Aloysio Nunes (PSDB-SP), quando se limitou a ressaltar a importância da clareza do objetivo deste novo partido. Acontece que como a legislação tem se tornado cada vez mais rigorosa em relação à fidelidade partidária, a criação de uma nova sigla desvincularia os cargos dos eleitos das legendas, desobrigando os candidatos eleitos a permanecerem no partido para o exercício do mandato. No entanto, mais que assustar, a ideia parece natural a analistas políticos e até aos dirigentes dos partidos.
No Estado, a situação do PPS, que no cenário nacional é de partido minoritário, parece um pouco mais confortável, já que o tucanato saiu abalado das últimas eleições. O PSDB amargou o terceiro lugar de seu candidato ao Palácio Paiaguás, Wilson Santos, e de quebra perdeu o comando da Capital. Também não conseguiu emplacar um novo mandato para a presidente do diretório regional, a deputada federal Thelma de Oliveira, e na Assembleia apenas manteve a vaga de Guilherme Maluf. O maior êxito dos tucanos foi a eleição de Nilson Leitão para a Câmara Federal, mas a situação ainda está indefinida pela possibilidade do deputado federal Pedro Henry (PP) conseguir fazer valer, na Justiça, os votos que recebeu em sua tentativa de reeleição.
Já o PPS de Percival, que comprou uma briga interna no período de pré-campanha para integrar o chamado movimento Mato Grosso Muito Mais, composto também por PSB, PDT e PV, comemora o que o deputado chamou de consolidação do grupo, com a eleição de Pedro Taques (PDT) como senador. Na época, o então vereador Ivan Evangelista (PPS), defendia que o não apoio ao tucanato enfraqueceria o partido. O fato é que o PPS saiu das eleições como entrou: com apenas um representante na Assembleia.