Fernando Ordakowski
Percival Muniz, do PPS, se identifica como opositor e inicia cerco ao governo pela pasta da Saúde, sob Pedro Henry
No governo Blairo Maggi, ora ele era aliado, ora opositor. Oscilava conforme a conveniência pessoal. Agora, sob Silval Barbosa (PMDB), o deputado de segundo mandato Percival Muniz (PPS) se apresenta como oposição. Como tal, tem procurado mexer em vespeiros e levantar problemáticas da administração com o propósito de não apenas exercer o papel de fiscalizador dos atos do Executivo, mas muito mais para fazer barulho e ganhar visibilidade. O dirigente da legenda socialista já está em pré-campanha à Prefeitura de Rondonópolis, após a experiência de ter conduzido o município por duas vezes.
O primeiro alvo de Percival é o deputado federal licenciado Pedro Henry, secretário de Estado de Saúde, um dos setores mais deficitários da gestão. Ele tem aproveitado o fato de ter uma briga política antiga com o cacique do PP e disparado críticas. Encaminhou requerimento à Saúde, solicitando cópias dos contratos suspeitos de estarem superfaturados. Percival quer explicações detalhadas de Henry, que declarou que "o Estado gerencia mal os recursos destinados à saúde". O secretário afirmou ainda que descobriu algumas irregularidades, entre elas no sistema de aquisições e pagamento a descoberto. Agora, vai ter de se explicar tanto perante os deputados quanto junto ao Tribunal de Contas.
O deputado do PPS ficou na bronca por Henry não ter comparecido à Assembleia para participar de uma sabatina. Chama-o de omisso e já o atacou, lembrando, inclusive, que o parlamentar licenciado já figurou em listas de envolvidos em escândalos, como do mensalão e sanguessuga. Percival levantou espécie de dossiê sobre a saúde e pretende lançar uma série de questionamentos. Está na trincheira, aguardando o momento do confronto com Henry.