O deputado federal, Pedro Henry (PP), quase um ano após a condenação do mesmo pelo esquema do Mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), que ocorreu em novembro de 2012, discorreu sobre a questão durante entrevista coletiva à imprensa, nesta segunda-feira (12), durante ato do PP no Estado. O deputado garante convicção da sua inocência, mas ressalta que antes do desfecho do julgamento, emitir qualquer opinião é apenas especulação.
Henry foi condenado a 7 anos e 2 meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, pela sua participação no esquema do Mensalão. O regime previsto, inicialmente, é semi-aberto, ou seja, o deputado teria que apenas dormir na cadeia.
Em sua condenação, Henry também foi multado em R$888 mil.
O STF também determinou a perda imediata dos direitos políticos, bem como dos mandatos. No entanto, aqueles que foram condenados pelo esquema, podem exercer o mandato parlamentar enquanto o STF julgar os recursos. A perda do mandato só deve ocorrer quando não houver mais possibilidade de recorrer, com todos os recursos julgados, e não couberem mais embargos.
Após este período, a Câmara Federal é que deve iniciar o processo para perda do mandato.
No entanto, o deputado apontou decisão do STF que pode abrir brecha no que concerne à questão do mandato, tendo em vista a condenação do senador Ivo Cassol (PP-RO), por fraudes em licitação, no último dia 8 de agosto. Sobre o mandato, o STF determinou que a incumbência sobre a perda do mandato ou não, fica a cargo do Senado Federal.
“O senador é diferente dos demais deputados? A mesma situação não pode ter decisões diferentes. Eu não sei se tem instrumentos para argüir esta questão, até porque o meu advogado já entrou com recurso contra a condenação pelo esquema do Mensalão”, ressaltou.
Henry está convicto da sua inocência e criticou a condenação. “Não tem lógica um líder de partido, ser condenado por aquilo que é o seu trabalho. Eu encaminhei as votações sim, mas porque era o meu trabalho, e não recebi nenhum centavo por isso. Não peguei dinheiro”, garantiu.
Além de Henry, outros 24 envolvidos foram condenados pelo esquema, que foi o maior escândalo da gestão do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), e com figuras emblemáticas do PT, como José Dirceu e José Genoíno, ex-ministro da Casa Civil e ex-presidente do PT, respectivamente.