Morreu na noite de quarta-feira, em Natal, vítima de parada cardíaca, o atleta Joseano dos Santos Felipe, campeão parapan-americano de levantamento de peso na categoria até 107kg. No sábado, ele havia ganhado a medalha de ouro no evento-teste da modalidade, na Arena Carioca 1, no Rio, batendo o recorde continental.
A morte de Joseano, que tinha 42 e era treinado pelo próprio filho, aluno de Educação Física, foi lamentada pelo ministro do Esporte, George Hilton. “Trata-se de uma perda dolorosa para a comunidade esportiva brasileira. Não só pelo que fez no passado recente, mas, sobretudo, pelo que faria no futuro, nos Jogos Paralímpicos do Rio, quando tinha tudo para se consagrar como medalhista paralímpico e, assim, encorajar outros brasileiros a seguir seu exemplo e sua vivência no esporte”.
Natural de Tacima (Paraíba), Joseano era policial militar no Batalhão de Operações Especiais (Bope) de Natal (Rio Grande do Norte), quando foi alvejado em uma troca de tiros e ficou paraplégico. À época, aos 27 anos anos, tentava impedir a fuga de Valdetário Carneiro, criminoso famoso no Nordeste, do presídio de Alcaçuz, em Nísia Floresta (RN).
Foi na Sociedade Amigos do Deficiente Físico (Sadef) que ele descobriu o esporte. “Um rapaz viu meu perfil e perguntou se eu queria treinar. Até então eu vivia em depressão, não saía nem na frente de casa. O esporte que me voltou à vida novamente”, contou o próprio atleta, em entrevista publicada na segunda-feira pelo Portal 2016, do governo federal.
Treinado pelo filho, Felipe Michel, desde 2014, Joseano estava perto de uma vaga no Rio-2016. Ele era o sétimo do ranking paralímpico, que vai classificar oito atletas por categoria.