O governador Silval Barbosa (PMDB) deixou transparecer, em entrevista ao MidiaNews, na semana passada, que as negociações com o partido Democratas, visando à uma composição no seu Governo, estão encerradas.
O líder do PMDB observou que não tem condições de atender às reivindicações dos democratas e que pode oferecer apenas a Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), conforme já foi amplamente anunciado e negociado.
Dentre as condições exigidas pela cúpula do DEM para aceitar compor com o Palácio Paiaguás, estão aumento do repasse financeiro mensal da secretaria e os cargos do segundo escalão.
Nas últimas eleições, o DEM se aliou ao PSDB, em apoio à candidatura do ex-prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, que ficou com terceiro lugar na disputa. Após assumir o Governo pela segunda vez, Silval Barbosa ofereceu aos democratas uma secretaria, numa tentativa de atrair os democratas, que eram aliados.
Caso o partido aceitasse a proposta, a pasta seria comandada pelo deputado estadual José Domingos Fraga, que abriria uma vaga na Assembleia Legislativa. O beneficiado com a vaga seria Gilmar Fabris, que ficou com suplente da coligação "Senador Jonas Pinheiro" (PSDB-DEM-PTB).
Fraga sinalizou que aceitaria o convite, mas deixou a definição a cargo da cúpula regional, que não se manifestou. Sem a reposta do partido, a secretaria de Agricultura Familiar permanece sob o comando de Jilson Francisco da Silva, da cota do PR.
"Falei para eles (democratas) que não tenho como chegar onde eles querem. Deixei em aberto a possibilidade de indicarem o secretário da pasta de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, mas, até o momento, não me deram resposta. Mas, independentemente disso, vale dizer que o DEM sempre foi parceiro e sei que vão contribuir com o Estado", afirmou o governador.
Carta
No final do mês de janeiro, o presidente da Executiva do DEM em Mato Grosso, Oscar Ribeiro, entregou uma carta ao governador Silval, na qual a sigla se reportou sobre sua eventual participação no Governo do Estado e expôs uma série de condições para voltar a fazer parte do secretariado.
Logo depois, houve várias negociações, no entanto, o governador e os democratas não conseguiram chegar a um consenso. Cogita-se a hipótese de acordo, mesmo sem a indicação da Sedraf, visando ao apoio do DEM para uma aliança rumo às eleições de 2012.