A Gazeta
O destino da bebê indígena enterrada viva será decidido após estudo antropológico. A confirmação é do poder judiciário. Enquanto o estudo não estiver pronto, a criança, que já está de alta, deve ser levada para uma casa de acolhimento em Canarana (823 km ao leste de Cuiabá). O documento vai determinar inclusive se o bebê segue para adoção.
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O juiz Darwin de Souza Pontes explicou que está no aguardo deste estudo pedido pelo Ministério Público. O documento vai embasar para verificar se o crime ocorreu em razão de tradições dos indíos e se há compatibilidade entre as etnias da mãe e do pai.
“Se a bebê receber alta antes do estudo ser finalizado, ela será levada para uma casa de acolhimento em Canarana. Após o laudo desse estudo é que serão adotadas outras medidas. A primeira será o contato com o pai, para verificar o interesse na guarda, depois será procurada a família extensa e, por último, uma família substituta (adoção)”, explicou.
Tanto a mãe da criança, uma adolescentes de 15 anos, quanto o pai, um índio Trumai, já mostraram interesse pela bebê. De acordo com o delegado Deuel Paixão de Santana, o pai da criança já foi localizado e ouvido. “Ele não acrescentou muita coisa. Disse que soube da criança no dia do fato (quando a bebê foi enterrada). Ele confirmou que quer ficar com a bebê”.
Quanto ao inquérito sobre o crime o delegado disse que vai concluir este mês. Por enquanto, continuam como denunciada apenas a bisavó Kutsamin Kamayura. A avó Tapoalu Kamayura está presa, mas é investigada. A bisavó alega que enterrou a recém-nascido porque ela não teria chorado e acreditou que estava morta.