Pagot “nada de braçada” ao depor no Senado; Taques deixa a desejar

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A maioria dos deputados e senadores de Mato Grosso acompanhou o depoimento de Luiz Antonio Pagot, diretor-geral afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), nesta terça (12), em audiência conjunta das comissões de Serviço de Infraestrutura (CI) e de Meio Ambiente, Direitos do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).

     Os deputados do PR, Wellington Fagundes e Homero Pereira, do PP, Roberto Dorner e Neri Geller, e do PSB, Valtenir Pereira, foram ao Plenário 2 da Ala Nilo Coelho para acompanhar. Todos foram unânimes em afirmar que Pagot se saiu bem e respondeu a todas as dúvidas dos senadores membros das duas comissões.

     Já os senadores do Estado, Blairo Maggi (PR), Pedro Taques (PDT) e Jayme Campos (DEM) compareceram especialmente por pertencerem às comissões em cuja audiência conjunta Pagot prestou esclarecimentos. Maggi é membro da CI, da qual também é vice-presidente, e da CMA. Taques e Júlio são membros só da CMA.

     Apenas Maggi e Taques questionaram Pagot. O senador republicano, amigo e padrinho político do diretor-geral afastado do Dnit, se limitou a traçar a trajetória de Pagot desde quando foi militar da Marinha, até a ocupação do cargo de secretário de Infraestrutura do seu governo (2003-2007), comandando o programa Estradeiro. “Este programa construiu mais estradas que o governo federal no período”, destacou Maggi.

     Taques não teve o desempenho esperado na arguição a Pagot. Conforme se previa, ele estabeleceria um confronto com o diretor nos moldes de sua sempre enfática oposição ao governo nos embates no plenário do Senado. Porém, ele limitou-se a pedir explicações sobre um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que demonstraria que ele (Pagot) teria atrapalhado as investigações.

     Jayme, por sua vez, não se pronunciou na audiência. Ficou calado antes, durante e depois. O fato é que Pagot “nadou de braçada” no depoimento. A oposição, ao contrário dos tempos do “mensalão do PT”, se mostrou desarticulada e sem dados concretos para questionar Pagot. Nenhum senador foi para a audiência munido de documentos que comprovasse que houvesse, de fato, ocorrido superfaturamento e desvio de verbas para engordar os cofres do PR ou da campanha presidencial.

     Todos os questionamentos se movimentaram em torno da reportagem da revista Veja, a qual Pagot desmentiu em todas as respostas, por tabela criticando toda a imprensa. O único senador a apresentar um fato que testemunhou foi Roberto Requião (PMDB-PR), que relatou um encontro com o então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que teria anunciado a duplicação do valor de uma trecho de ferrovia em Cascavel, de R$ 220 milhões para R$ 540 milhões.

     Requião cobrou que Pagot explicasse esse superfaturamento, ao que o diretor-geral do Dnit respondeu que cabia ao próprio Paulo Bernardo dar as explicações que ele pedia. “O que o senhor quiser saber do Dnit eu estou aqui para responder. Não posso falar sobre atos que terceiros teriam cometido. Quem deve dar essas explicações é o ministro”, afirmou.

     De resto, Pagot demonstrou firmeza, apesar do cansaço e das crises de glicemia, visíveis durante todo o depoimento. Ele é diabético. Em alguns momentos foi peremptório e enfático ao refutar as denúncias e descartar que houve desvio de recursos do Dnit para financiar campanhas. “O PR não utilizou o Dnit para cooptar, para buscar qualquer tipo de mecanismo a fim de obter dinheiro para seus cofres”, disse.

     "Quero refutar todas as acusações que são feitas a minha pessoa”, afirmou Pagot ao iniciar seu depoimento. Nos 20 minutos estabelecidos pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), presidente da Comissão de Infraestrutura, ele apresentou um vasto relatório das atividades do Dnit.


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